Chamadas foram apagadas do celular de promotor Nisman, diz jornal

Reportagem do jornal "Clarín" desta terça (2) afirma que os peritos que analisam os equipamentos de informática de Nisman revelaram que há chamadas que foram apagadas do aparelho, embora tenham sido registradas pela operadora de telefonia
Folhapress
Publicado em 02/06/2015 às 20:32
Reportagem do jornal "Clarín" desta terça (2) afirma que os peritos que analisam os equipamentos de informática de Nisman revelaram que há chamadas que foram apagadas do aparelho, embora tenham sido registradas pela operadora de telefonia Foto: Foto: Marcelo Capece/ AFP


O telefone celular do promotor argentino Alberto Nisman, morto em janeiro, teria sofrido adulterações. A informação se soma à suspeita de que o computador de Nisman teria sido violado horas após a sua morte, em janeiro deste ano.

Reportagem do jornal "Clarín" desta terça (2) afirma que os peritos que analisam os equipamentos de informática de Nisman revelaram que há chamadas que foram apagadas do aparelho, embora tenham sido registradas pela operadora de telefonia.

Também faltariam mensagens de whatsapp, como uma trocada com sua filha pouco antes de Nisman aparecer morto.

A análise sobre os equipamentos de informática se tornou crucial para o caso desde que surgiram dúvidas sobre a perícia feita no apartamento de Nisman, na noite em que ele foi encontrado sem vida.

Um vídeo gravado pela polícia federal, revelado na noite de domingo (31), mostra peritos trabalhando sem luvas. Um dos técnicos limpou parte da arma que matou o promotor com papel higiênico.

Decano-executivo da Universidade Torcuato Di Tella, Martín Hevia, afirma que, se for comprovado eventual descuido da perícia, isso pode ser usado pelos advogados da defesa para invalidar as provas obtidas no local.

Até o momento, o único suspeito citado no processo é o assistente de Nisman, Diego Lagomarsino, que admitiu ter emprestado a arma que matou o promotor.

Lagomarsino disse que Nisman lhe pediu a arma porque não confiava em sua segurança oficial e queria defender-se. Atualmente, ele é a última pessoa que viu Nisman com vida.

"O que poderia acontecer é que, se ficar comprovado que o procedimento foi irregular, os advogados da defesa poderiam pedir a anulação [das provas obtidas na perícia]", disse Hevia.

Desde que as imagens se tornaram públicas, nem a ex-mulher de Nisman, a juíza Sandra Arroyo Salgado, nem Lagomarsino comentaram o caso.

O "Clarín" informou que o computador de Nisman também teria tido documentos apagados, em registros anteriores ao dia de sua morte.

Segundo o jornal, o fato chamou a atenção dos investigadores porque a operação foi feita utilizando um software específico e não ocorreu de uma maneira simples.

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