O grupo Estado Islâmico (EI) representa uma "ameaça global" e poderia ser necessária "uma geração ou mais" para destruí-lo, declarou nesta quarta-feira um representante americano da coalizão antijihadista liderada por Washington. O general John Allen afirmou que será necessária "uma longa campanha" para eliminar o EI, o que "compromete o progresso da humanidade", durante um fórum em Doha.
"Vencer a ideologia do Daesh (acrônimo em árabe do EI) pode levar uma geração ou mais", considerou. "Em uma era em que estamos mais interligados do que nunca (...), o Daesh é uma ameaça global", acrescentou, ressaltando a "depravação e brutalidade" do grupo.
Na terça-feira, representantes de 20 países da coalizão que bombardeia o EI na Síria e no Iraque reuniram-se em Paris para discutir a sua estratégia contra os jihadistas. Os participantes deram o seu apoio ao plano militar do primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi, para reconquistar a província ocidental de Al-Anbar, cuja capital, Ramadi, caiu nas mãos do EI no mês passado.
A derrota, considerada o maior fracasso da coalizão desde a sua criação, em setembro de 2014, suscitou dúvidas sobre a eficácia dos bombardeios dos jihadistas, o que não impediu o seu progresso nos últimos meses. O general Allen defendeu, no entanto, as conquistas da coalizão, dizendo que o EI foi derrotado em muitas partes do Iraque e "perdeu mais de 25%" dos territórios que havia conquistado desde junho de 2014.