Os EUA e outras potências não se precipitarão para alcançar um acordo nuclear com o Irã, mas Washington e seus parceiros não negociarão indefinidamente com Teerã, disse nesta quinta-feira (9) o secretário de Estado americano, John Kerry.
"Estamos aqui por acreditar que estamos obtendo um progresso real", disse Kerry na capital austríaca, Viena. "Não nos apressaremos e não seremos apressados [para conseguir um acordo]", disse.
Entretanto, ele fez a ressalva de que "não vamos nos sentar à mesa de negociação eternamente", fazendo a advertência de que, se decisões duras não forem tomadas, "[estamos] absolutamente preparados para pôr um fim a esse processo".
As declarações de Kerry foram feitas depois de a Casa Branca ter anunciado que os negociadores internacionais ainda não haviam alcançado um pacto final para restringir o programa atômico do país persa em troca do alívio das sanções.
"Ainda há alguns obstáculos para um acordo definitivo", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
A atual rodada de negociações já foi estendida duas vezes desde o seu início, em 27 de junho, assim como havia acontecido com um acordo intermediário obtido em abril, que é a base do atual diálogo.
A previsão inicial era de que um acordo definitivo fosse alcançado em 30 de junho. Elas foram estendidas para 7 de julho e então, novamente, para esta sexta-feira (10). As negociações terão de ser adiadas pela terceira vez se for confirmado o fracasso do diálogo nesta sexta.
A perspectiva de um novo adiamento pode complicar os esforços americanos de implementar rapidamente qualquer acordo.
Sob a lei dos EUA, os sete países negociando em Viena (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França, Alemanha e Irã) teriam de ter alcançado um pacto até o fim desta quinta para evitar se submeter a um período de 60 dias de revisão do Congresso.
Durante este período, o presidente Barack Obama não pode levantar sanções contra o Irã. Se o prazo fosse alcançado, a revisão seria de apenas trinta dias.
A extensão do tempo é importante pelo fato de que o Irã vem reivindicando o imediato alívio de penalidades econômicas em troca de concessões nucleares.