O ministério israelense da Defesa informou nesta quinta-feira que dois cidadãos do país estão sequestrados na Faixa de Gaza e acusou o Hamas de manter um deles em cativeiro. Em um comunicado, o ministério afirma que "segundo dados de inteligência confiáveis", Avraham Mengitsu, um israelense de ascendência etíope, "está sendo retido contra sua vontade pelo Hamas em Gaza".
A nota cita ainda um "caso adicional de um árabe-israelense que também está sendo retido em Gaza". De acordo com o ministério, Mengistu entrou no território palestino controlado pelo movimento islamita Hamas em 7 de setembro de 2014, pouco depois do fim da guerra de 50 dias entre Israel e o Hamas.
"Israel apelou a interlocutores internacionais e regionais para exigir a libertação imediata e verificar seu estado de saúde", afirma o comunicado. O caso havia sido mantido em sigilo por uma ordem de censura militar israelense, que foi suspensa nesta quinta-feira por um juiz da cidade de Ashkelon (sul de Israel), onde Mengistu morava, informou a imprensa.
De acordo com a imprensa local, as informações sobre o árabe-israelense não identificado permanecem sob censura. As autoridades teriam decidido autorizar a divulgação da notícia com a esperança de estimular negociações de libertação.
Uma fonte do movimento islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza, disse à AFP que "nenhuma negociação foi iniciada oficialmente" com os israelenses, sem confirmar ou desmentir as detenções. Mas, advertiu, "nada é gratuito: antes de qualquer discussão, o Hamas exigirá a libertação de todos os prisioneiros liberados na troca do soldado Gilad Shalit e novamente detidos".
Em 2006, militantes de Gaza sequestraram o soldado israelense Gilad Shalit, que permaneceu em cativeiro por cinco anos, antes de ser libertado em troca da liberação de mais de 1.000 prisioneiros palestinos.
Desde então, dezenas destes palestinos foram detidos novamente pelas autoridades israelenses e alguns deles foram condenados à prisão perpétua. Israel e Hamas anunciaram recentemente a retomada de "contatos indiretos" para tentar alcançar uma trégua de longa duração em troca da flexibilização do bloqueio israelense sobre Gaza, imposto após o sequestro de Shalit.