Premiê grego Alexis Tsipras descarta renúncia

Premiê disse que está disposto a prosseguir com a "batalha" para melhorar as condições do plano de socorro firmado com os credores
Da AFP
Publicado em 22/07/2015 às 22:56
Premiê disse que está disposto a prosseguir com a "batalha" para melhorar as condições do plano de socorro firmado com os credores Foto: Foto: ARIS MESSINIS / AFP


O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse na noite desta quarta-feira (22) que está determinado "a não abandonar o bastião" do governo e a prosseguir com a "batalha" para melhorar as condições do plano de socorro firmado com os credores.

"A presença da esquerda no governo é um bastião para a defesa dos interesses do povo e está descartada a minha saída voluntária", declarou o primeiro-ministro sobre as previsões de dias difíceis para a situação, após a debandada de deputados opostos ao acordo com os credores.

"Não seremos covardes e combateremos com determinação as batalhas que temos pela frente", garantiu o premier aos parlamentares que votarão sobre um segundo pacote de medidas exigidas pelos  europeus e o FMI.

A votação, especialmente sobre a reforma do código de justiça civil, prevista para a madrugada desta quinta-feira, é a segunda requerida com caráter urgente pelo governo grego de esquerda, uma semana após um primeiro pacote de austeridade, que incluiu forte elevação de impostos.

Depois destas votações, "vamos ter que seguir lutando para negociar" a conclusão com os europeus e o FMI de um terceiro auxílio, de 80 bilhões de euros, disse o premier.

"Fomos submetidos a um difícil compromisso (...) Chegamos aos limites da nossa economia, do nosso sistema bancário e até aos limites da Europa, onde dominam forças conservadoras que têm obsessão pela austeridade", afirmou Alexis Tsipras, ao repetir que seu governo aplicará um acordo "no qual não acredita".

Mas "vamos explorar todas as possibilidades de aliança na Europa, e as divisões, para melhorar o texto final do acordo", prometeu.

Tsipras destacou que seu principal sucesso nas negociações é que "já não se discute se haverá a reestruturação da dívida pública do país, e sim até onde ela será reestruturada".

O premier pediu a seus partidários que se "adaptem às novas realidades" e disse que a batalha na Grécia se dará contra a corrupção e o clientelismo, especialmente. "Acredito e sem acreditei que não se pode culpar os estrangeiros por nossos problemas".

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