A França realizou os primeiros ataques aéreos na Síria contra o grupo extremista Estado Islâmico na madrugada deste domingo (27), disse o escritório do presidente francês, François Hollande.
Os ataques ocorreram duas semanas depois do país ter iniciado voos de reconhecimento para identificar potenciais alvos. Os ataques foram coordenados com a coalizão liderada pelos Estados Unidos, disse o gabinete do presidente.
No início deste mês, Hollande disse que a França estava pronta para atacar o Estado Islâmico na Síria após evidências que levaram os serviços de inteligência franceses a acreditar que grupos islâmicos na Síria estavam preparando ataques terroristas em solo francês.
"Vamos atacar cada vez que nossa segurança nacional estiver em jogo", disse o escritório do presidente.
Em seu discurso no início de setembro, Hollande havia descartado o envio de tropas à Síria, pois ele não queria fortalecer o presidente sírio, Bashar Assad. No entanto, Hollande anunciou em seguida uma mudança na estratégia por causa da crescente preocupação com a crise de refugiados da Síria.
O presidente francês, que foi para os EUA para a Assembleia Geral da ONU, também destacou a importância de procurar uma solução política para a Síria.
"Mais do que nunca, a urgência está colocando em prática uma transição política, incluindo elementos da oposição e do regime de Assad", disse Hollande.
A França manteve-se oposta, no entanto, às sugestões diplomáticas recentes permitindo que Assad permaneça no poder por um tempo limitado.
O governo francês tem insistido que embora faça parte da coalizão liderada pelos EUA, a França irá decidir quem atacar de forma independente.
No dia 7 de setembro, Hollande anunciou que a França iria iniciar ataques aéreos, dias após a divulgação da foto de um menino sírio de 3 anos morto na praia ter chocado o mundo.
Em sua declaração neste domingo, Hollande disse que "as populações civis devem ser protegidas contra todas as formas de violência, desde o Estado Islâmico até os bombardeios assassinos de Bashar Assad".