O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu à oposição, nesta sexta-feira, apoio a seu decreto de "emergência econômica" diante da crise "catastrófica" que asfixia o país.
"Espero que se abra um debate o mais amplo possível. Peço o apoio do Parlamento", afirmou Maduro, ao entregar ao presidente da Assembleia, Henry Ramos Allup, o decreto firmado de emergência, na tribuna de um Parlamento lotado.
Em um ato inédito em 17 anos de governo chavista, Maduro, usando sua faixa presidencial, fez uma prestação de contas perante um Congresso dominado pela oposição.
"Convoco todo o país a apoiar as ações que esta emergência vai ativar, a união nacional para enfrentar esta emergência econômica para preservar a paz", declarou o governante.
Pouco antes de comparecer ao Parlamento, Maduro decretou a "emergência econômica", por 60 dias, devido à crise, que teve sua gravidade confirmada pelo Banco Central. De acordo com os primeiros indicadores econômicos divulgados em mais de um ano, a inflação acumulada entre janeiro e setembro de 2015 foi de 108,7%, e a economia encolheu 4,5% neste período.
"Os números catastróficos do resultado de uma situação econômica que, certamente, em outros tempos, com políticas regressivas neoliberais e capitalistas, teriam nosso povo no desemprego", manifestou o governante.
Maduro informou que houve uma redução de mais de 70% na entrada de divisas em pouco mais de um ano, devido à queda no preço do petróleo. Fonte de 96% das divisas do país, esta semana a commodity fechou em 24,38 dólares o barril, o menor preço dos últimos 12 anos.
O presidente disse acreditar que "chegou a hora" de acabar com essa dependência do petróleo e dar um "salto" para uma economia produtiva.
O país com as maiores reservas de petróleo do planeta sofre um severo desabastecimento que gera longas filas que irritam os venezuelanos.