Doze homens foram detidos na Indonésia após os atentados de Jacarta, um deles suspeito de ter financiado os ataques com fundos do Estado Islâmico (EI), que os reivindicou, anunciou neste sábado a polícia indonésia.
Os investigadores também identificaram os cinco criminosos mortos nos atentados suicidas e nos ataques a mão armada no centro de Jacarta, que na última quinta-feira deixaram dois civis mortos e mais de 20 feridos.
"Uma das pessoas detidas recebeu uma transferência de fundos do EI para financiar a operação", declarou o chefe da polícia nacional, Badrodin Haiti, em uma coletiva de imprensa.
O dinheiro foi transferido em várias vezes e uma das operações "chegou inclusive a 70 milhões de rúpias (4.500 euros)", acrescentou, afirmando que prosseguiam as investigações para determinar como estes fundos foram utilizados.
As 12 prisões ocorreram em várias regiões deste país do sudeste asiático.
A polícia não forneceu detalhes sobre estas pessoas, à margem do suposto financiador dos ataques, mas acrescentou que foram apreendidas pistolas, munições e telefones celulares, assim como planos para novos ataques.
Os investigadores suspeitam que o Katibah Nusantara, um grupo vinculado à organização EI, que controla territórios na Síria e no Iraque, orquestrou os ataques a partir da Síria.
A polícia identificou os cinco terroristas e na sexta-feira à noite publicou a identidade de um deles, Afif, conhecido como Sunakin. Este homem treinou em 2010 em um campo paramilitar na província semiautônoma de Aceh, no extremo norte da ilha de Sumatra.
Afif havia sido condenado a sete anos de prisão por seu envolvimento neste campo ilegal, mas foi libertado no ano passado, acrescentou Haiti.
O chefe da polícia confirmou que Afif era o criminoso com calça jeans, camisa preta e gorro da mesma cor que aparece em uma foto divulgada nas redes sociais levantando sua arma.
Segundo o Haiti, Afif foi recrutado pelo jihadista indonésio Bahrun Naim, fundador do grupo Katibah Nusantara, e que estaria na Síria.
A Indonésia, o país muçulmano mais populoso do mundo, foi levado a entrar em sua própria guerra contra o terrorismo depois dos atentados de Bali, em 2002, que deixaram 202 mortos. Mas o arquipélago não registrou qualquer outro grande atentado desde o que deixou nove mortos em julho de 2009 em vários hotéis de luxo de Jacarta.
As autoridades na Indonésia e em outros países do sudeste asiático com maioria muçulmana temem há vários meses eventuais atentados cometidos por militantes que voltam aos seus países depois de terem lutado nas fileiras do EI.