Pelo menos 11 pessoas morreram, e 36 ficaram feridas, em incidentes separados ocorridos durante a greve no setor de transportes de carga na Bolívia, onde cinco regiões permanecem bloqueadas.
O governo pediu que a medida de força seja suspensa para permitir o diálogo.
No caso mais dramático ligado à greve, um ônibus de passageiros que tentava furar os bloqueios se acidentou nessa terça-feira (2). De acordo com o comandante da Polícia boliviana, general Edgar Téllez, o episódio deixou nove mortos e 36 feridos.
Dias antes uma mulher faleceu, vítima de um aneurisma, enquanto discutia com "piqueteros" em um bloqueio. Em outro incidente pouco claro, um grevista que bloqueava uma estrada na fronteira com o Chile, morreu nas mãos de militares embriagados.
Ainda longe de uma solução, o presidente da Câmara Boliviana de Transportes de Carga, Fidel Baptista, anunciou que os protestos "vão-se intensificar, e o bloqueio fica mais contundente a cada dia".
Os protestos começaram no domingo (31), nas fronteiras com Argentina, Brasil, Chile e Peru. Depois, as manifestações se estenderam por várias estradas do país, nas quais centenas de veículos se encontram parados.
"Fazemos um apelo ao diálogo aos grevistas para que recuem nesta atitude e possamos instalar o quanto antes uma mesa de diálogo", disse o vice-ministro do Interior, Marcelo Elío, à imprensa, diante do avanço da greve.
Em um ponto de bloqueio em Tambo Quemado, em uma estrada para o Chile, o dirigente sindical Baptista disse à Rádio Pan-Americana que "até este momento não recebemos qualquer convite ao diálogo - nem verbal, nem escrito".