Austrália cogita ajudar cinco órfãos de jihadista do EI na Síria

O pai das crianças morreu em 2015 no ataque de um drone na Síria. Meios de comunicação afirmam que a mãe das crianças, Tara Nettleton, morreu de uma apendicite ou de um problema renal
Da AFP
Publicado em 11/02/2016 às 9:28
O pai das crianças morreu em 2015 no ataque de um drone na Síria. Meios de comunicação afirmam que a mãe das crianças, Tara Nettleton, morreu de uma apendicite ou de um problema renal Foto: Foto: STEPHANE YAS/AFP


A Austrália afirmou nesta quinta-feira (11) que estudará atentamente se pode ajudar cinco crianças órfãs após a morte na Síria de seu pai, um combatente do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e de sua mãe, nascida em Sydney.

O caso põe o governo australiano em um dilema: deve ajudar os filhos de seus cidadãos mas ao mesmo tempo teme o retorno ao país de menores impregnados de ideologia jihadista radical. Além disso, existe a dificuldade de ajudá-los em uma zona de guerra.

Khaled Sharruf, pai das crianças, também australiano, publicou em 2014 no Twitter uma fotografia assustadora que mostra seu filho de 7 anos, com um boné de beisebol, mostrando a cabeça de um soldado sírio decapitado em Raqa, uma cidade síria (centro) convertida em reduto dos jihadistas.

Sharruf morreu em 2015 no ataque de um drone na Síria, no qual outro jihadista australiano, Mohamed Elomar, também faleceu.

Vários meios de comunicação, como o Sydney Morning Herald, afirmam que a mãe das crianças, a australiana Tara Nettleton, morreu de uma apendicite ou de um problema renal. Em 2014 viajou com seus cinco filhos à Síria, onde seu marido vivia desde 2013.

O advogado da família, Charles Waterstreet, declarou à AFP que as crianças, de entre 5 e 14 anos, estavam bloqueadas na Síria e em grave risco. Disse que a mais velha, de 14 anos, deu à luz há dois meses o filho de Elomar, o outro jihadista morto no ataque de drone, e havia ficado responsável pelos irmãos mais novos.

"Estamos em contato com eles, as bombas caem ao seu redor, as pessoas morrem de fome", acrescentou o advogado.

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