Bill Gates, um dos fundadores da Microsoft, entrou na discussão entre a Apple o FBI, sobre a necessidade de desbloquear o aparelho de um dos responsáveis pelo ataque em San Bernardino, Califórnia, em dezembro de 2015.
Em entrevista ao jornal 'Financial Times', publicada nesta segunda-feira (22), o fundador disse não estar de acordo com Tim Cook, o CEO da Apple. Cook se nega a ajudar a desbloquear o Iphone de Syed Farook - jihadista acusado de matar 14 pessoas na Califórnia. A justificativa, segundo o CEO, é que o desbloqueio coloca as questões de segurança de todos os outros clientes da empresa.
“Esse é um caso específico em que o governo está pedindo acesso a informação. Ele não está pedindo para alguma coisa geral, ele está pedindo para um caso particular”, afirmou o executivo. Mas, ao ser questionado sobre o caso, Gates disse que “os tribunais decidirão esse caso” e “esses assuntos serão decididos pelo Congresso”.
Já nesta terça-feira (23), o executivo voltou a falar sobre o assunto em entrevista ao Bloomberg. “Eu acredito que com a salvaguarda correta, há casos em que o governo, em nosso proveito – como interromper terrorismo, que pode piorar no futuro –, que isso é válido”, afirmou.
O CEO da Apple, em carta aberta ao público, falou sobre o assunto. "O governo pediu que a Apple tomasse um passo sem precedentes que ameaça a segurança de nossos consumidores. Nós nos opomos a essa ordem, que tem implicações muito além do caso legal. O FBI pode usar diferentes palavras para descrever essa ferramenta, mas não há dúvidas: construir uma versão do iOS que passe pela segurança dessa forma seria inegavelmente criar uma porta dos fundos. E enquanto o governo pode concordar que seu uso seria limitado a esse caso, não há maneira de garantir esse controle”, afirmou Cook.
Outras empresas de tecnologia entraram na discussão. O Facebook, de Mark Zuckerberg, disse ser bastante solidários as questões da Apple. "Sou bastante solidário a Tim Cook e a companhia", disse. O presidente-executivo e um dos fundadores da rede social, completou a frase: "Não acho que pedir uma 'entrada traseira' ao encriptado seja uma maneira efetiva para aumentar a segurança, nem que isso seja correto", contou nesta segunda-feira (22) durante o Mobile World Congress (MWC) em Barcelona, na Espanha. Além do FB, o Twitter e o Google se posicionaram ao lado de Cook.
CASO - O celular do jihadista Syed Farook está protegido por uma senha e após 10 tentativas fica bloqueado completamente, por isso a Justiça precisa da ajuda da Apple. As autoridades americanas acreditam que os dados do IPhone podem ajudar a esclarecer fatos ainda obscuros sobre o atentado realizada por Farook e sua esposa Tashfeen Malik. O FBI completa que ao acessar as informações que contém no aparelho será possível saber ainda se existem mais pessoas envolvidas no caso.