A Justiça boliviana intimou o presidente Evo Morales para que se submeta, nesta segunda-feira (25), a um exame de DNA que confirme ou não a paternidade do suposto filho que teria tido com sua ex-companheira Gabriela Zapata, em prisão preventiva acusada de enriquecimento ilícito.
"É determinado que seja feito o teste de DNA entre a criança (... Morales Zapata) com o cidadão demandante Evo Morales Ayma. Para a coleta das amostras respectivas se determina o dia de segunda-feira, 25 de abril", declara a sentença de uma juíza, publicada neste domingo pelo jornal Página Siete.
A solicitação do exame é realizada pelo requerimento dos advogados de Morales. Eles apontam contradições que colocam em dúvida a paternidade da criança.
A juíza determinou também para o mesmo dia a presença de Gabriela Zapata, detida preventivamente, e da criança, "para que se proceda também a coleta de amostra nas dependências do Instituto de Pesquisa Forense".
Há 10 dias, Zapata assegurou ter apresentado o menor diante de uma instância judicial. "Diante da autoridade competente o apresentei como pediu seu pai", disse então a ex-companheira de Morales.
Não foram informados maiores detalhes porque existe uma reserva orientada para preservar o menino.
O caso do menor veio à público em fevereiro deste ano, quando o jornalista boliviano Carlos Valverde revelou que Morales manteve em 2007 uma relação com Zapata.
O presidente admitiu a relação, mas assegurou que o menino havia falecido pouco depois de seu nascimento.
Contudo, após a detenção de Zapata, uma tia afirmou que o menino estava vivo.
Distintos porta-vozes de Morales afirmam que a documentação apresentada pela mãe é falsa.
A revelação da relação amorosa afetou a imagem do presidente, que esperava ganhar um referendo em fevereiro passado que lhe permitiria apresentar-se como candidato a um quarto mandato consecutivo (2020-2025).