Polícia tinha apenas um carro na avenida do atentado em Nice

A polícia tinha apenas um carro na avenida na qual um homem dirigindo um caminhão atropelou e matou 84 pessoas no dia 14 de julho
AFP
Publicado em 21/07/2016 às 6:58
A polícia tinha apenas um carro na avenida na qual um homem dirigindo um caminhão atropelou e matou 84 pessoas no dia 14 de julho Foto: Foto: ANNE-CHRISTINE POUJOULAT / AFP


A polícia tinha apenas um carro de serviço no Passeio dos Ingleses, a avenida na qual um homem dirigindo um caminhão atropelou e matou 84 pessoas no dia 14 de julho, revela nesta quinta-feira (21) o jornal francês Libération.

Desde o atentado cometido pelo tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel, há uma forte polêmica entre a prefeitura de Nice, em poder do partido de direita Les Républicains, e o governo socialista francês sobre o esquema de segurança na noite do atentado.

Segundo Libération, que cita "uma fonte policial que teve acesso às câmeras de vigilância (...), apenas um veículo da polícia municipal se encontrava na avenida, na calçada do lado do mar", no ponto restrito aos pedestres.

Ainda de acordo com o jornal, que cita uma testemunha, não havia qualquer elemento da polícia nacional na zona.

"Foram substituídos às 20H30 pelos colegas municipais e não havia qualquer carro da polícia nacional para fechar a avenida", afirma o Libération.

As autoridades do departamento dos Alpes Marítimos garantiram dois dias após o ataque que "os pontos mais sensíveis" de Nice na noite da festa nacional francesa estavam sob a guarda de "equipes da polícia nacional, com o reforço da polícia municipal".

"Este era o caso do ponto de acesso do caminhão à avenida, que com a proibição de tráfego estava bloqueada com o posicionamento de veículos" da polícia, explicaram as autoridades na ocasião, acrescentando que o "caminhão forçou sua passagem subindo a calçada".

O primeiro-ministro, Manuel Valls, afirmou nesta quarta-feira que o dispositivo de segurança em Nice foi "acertado, consentido e validado" pela prefeitura local, o que foi desmentido por Christian Estrosi e Philippe Pradal, ex e atual prefeitos da cidade.

"As reuniões de que fala o primeiro-ministro foram encontros preparatórios nos quais a prefeitura reuniu o conjunto dos serviços envolvidos (...) para discutir as diretrizes", afirmaram Estrosi e Pradal.

Desde os ataques em Nice, o governo socialista de François Hollande é alvo de críticas virulentas da oposição de direita por sua gestão na luta contra o terrorismo.

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