O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, foi premiado nesta sexta-feira (7) com o Nobel da Paz por seus "esforços tenazes para colocar fim a uma guerra civil de mais de 50 anos", apesar da vitória do "Não" no referendo sobre o acordo com a guerrilha das Farc.
"Existe um risco real de que o processo de paz se interrompa e de que a guerra civil seja retomada", o que torna "ainda mais urgente o respeito ao cessar-fogo pelas partes, lideradas pelo presidente Santos e pelo chefe da guerrilha das Farc, Rodrigo Londoño", conhecido como Timochenko, declarou a presidente do Comitê Nobel, Kaci Kullmann Five.
"O fato de a maioria dos eleitores ter dito não ao acordo de paz não significa necessariamente que o processo de paz está morto", argumentou Kullmann Five. "O referendo não era uma votação a favor ou contra a paz", acrescentou.
Contra todas as previsões, 50,21% dos colombianos se opuseram no último domingo ao acordo de paz assinado em 26 de setembro pelo presidente Santos e por Timochenko após quase quatro anos de negociações de paz em Havana.
O prêmio, que consiste em uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de oito milhões de coroas suecas (950.000 dólares), será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro, data do aniversário da morte de seu fundador, o inventor e industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896).
No ano passado, o Nobel da Paz foi para o Quarteto para o Diálogo Nacional Tunisiano, atores da sociedade civil que permitiram salvar a transição democrática na Tunísia.
Neste ano o instituto Nobel norueguês havia recebido 376 candidaturas para o prêmio Nobel da Paz, quase uma centena a mais em relação ao recorde anterior (278).