O que se sabe sobre o atentado no show da cantora Ariana Grande em Manchester, na Inglaterra

Pelo menos 22 pessoas morreram no atentado suicida reivindicado pelo Estado Islâmico
AFP
Publicado em 23/05/2017 às 19:00
Pelo menos 22 pessoas morreram no atentado suicida reivindicado pelo Estado Islâmico Foto: Foto: AFP


Um atentado suicida, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), deixou pelo menos 22 mortos, incluindo crianças, e 59 feridos na segunda-feira à noite após o show da cantora pop Ariana Grande em Manchester (oeste da Inglaterra).

Segue abaixo o que se sabe do ataque mais sangrento que atingiu o país desde 2005:

Um atentado suicida

Segundo a polícia de Manchester, uma forte explosão ocorreu na entrada da Arena Manchester, local com capacidade para 21.000 pessoas, por volta das 21h30 locais (18h30 no horário de Brasília) de segunda-feira, no final do show da cantora americana Ariana Grande.

O atentado foi cometido por um homem que explodiu artefatos "improvisados", afirmou Ian Hopkins, delegado da polícia de Manchester.

O suspeito foi identificado pela polícia como Salman Abedi, de 22 anos, e investiga-se "se ele atuou sozinho ou se recebeu apoio de uma rede".

Segundo a mídia britânica, ele nasceu em Manchester em 1994 e era filho de líbios que fugiram do regime de Muammar Kadhafi. Segundo o Daily Telegraph, era o terceiro de quatro irmãos.

O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou, por meio de um de seus canais habituais nas redes sociais, que "um dos soldados do califado colocou bombas entre a multidão" durante o show. O grupo extremista ameaça também com outros ataques.

Entre as vítimas fatais há uma menina de oito anos. Inúmeras crianças e adolescentes assistiam o show da cantora americana. A explosão provocou pânico também do lado de fora, onde os pais esperavam a saída de seus filhos.

"Terrível ataque terrorista"

A primeira-ministra britânica, Theresa May, denunciou "um terrível atentado terrorista".

A polícia informou também sobre a prisão de um jovem de 23 anos no sul de Manchester relacionado com o caso.

May e seu rival trabalhista, Jeremy Corbyn, decidiram "suspender até segunda ordem" a campanha eleitoral para as legislativas de 8 de junho.

Este é o atentado mais sangrento no Reino Unido em 12 anos. No dia 7 de julho de 2005, quatro atentados coordenados ao mesmo tempo, na hora do rush, em três linhas do metrô e em um ônibus de Londres causaram 52 mortos e 700 feridos nos transportes da capital. Os quatro agressores morreram.

Há dois meses, em 22 de março, cinco pessoas morreram em Londres quando um homem atropelou com seu carro os pedestres que passeavam próximo ao Parlamento.

O homem, Khalid Masod, de 52 anos, um cidadão britânico convertido ao islã, foi morto pela polícia. O ataque também foi reivindicado pelo EI.

As reações

As testemunhas do atentado em Manchester afirmam que ouviram estrondos, viram um clarão e depois se formou uma nuvem de fumaça, causando pânico enquanto o público tentava sair do local. Os pais que haviam ido buscar seus filhos depois do show estavam na entrada do estádio.

"Havia corpos por todas as partes", explicou ao jornal The Guardian Elema Semino, que esperava sua filha de 17 anos na bilheteria, e que também ficou ferida.

Ariana Grande declarou estar "destruída" depois do ataque. "Destruída. Do fundo do meu coração, eu sinto muito. Não tenho palavras", tuitou.

Várias mensagens de solidariedade foram enviadas por prefeitos de cidades atingidas por atentados, como o de Londres, Sadiq Khan, e na França os prefeitos de Paris, Anne Hidalgo, e de Nice, Christian Estrosi.

O presidente americano, Donald Trump, depois de ser reunir na terça-feira com o líder palestino Mahmud Abbas em Belém, na Cisjordânia ocupada, expressou sua dor por "tantas pessoas jovens, belas, inocentes, que viviam e desfrutavam de sua vida, [e foram] assassinadas por perdedores maléficos".

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, falou do "horror", enquanto presidente francês, Emmanuel Macron, também expressou seu "terror" e consternação. A chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou sua "tristeza".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou "com força" o atentado, e o presidente russo, Vladimir Putin, se mostrou disposto a "desenvolver a luta contra o terrorismo" com Londres.

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