As eleições parlamentares britânicas de 8 de junho decidirão qual governo negociará o Brexit e dará forma ao futuro do Reino Unido fora da União Europeia.
A primeira-ministra conservadora, Theresa May, adiantou as eleições, inicialmente previstas em 2020, quando tinha só um ano de governo e com o argumento de ampliar sua maioria absoluta na Câmara dos Comuns para negociar mais tranquilamente com Bruxelas.
As eleições decidirão quem negocia a saída da UE durante os próximos dois anos, e sua fortaleza no Parlamento, que poderá acabar pronunciando-se sobre o acordo de divórcio.
O Reino Unido tem poder de veto na ONU, como um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança junto com China, França, Rússia e Estados Unidos.
O país também é um dos membros da aliança militar da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) com armas nucleares, é a quinta economia mundial por Produto Interno Bruto, é membro do G7 -os sete países mais ricos do mundo- e do G20, e tem um papel preponderante na Commonwealth, a organização que reúne suas antigas colônias.
Há 650 circunscrições no Reino Unido e cada uma elege um deputado, o que significa que um partido tem que ganhar 326 deputados para conquistar a maioria absoluta na Câmara dos Comuns. May tinha maioria absoluta de 17 cadeiras quando dissolveu o Parlamento.
O assento é destinado ao mais votado na circunscrição, não há recompensa para os segundos.
Apesar do foco nos líderes dos partidos -a conservadora May, o trabalhista Jeremy Corbyn ou o liberal democrata Tim Farron-, os eleitores não votam diretamente no primeiro-ministro, só a seu deputado local. O líder do partido com mais deputados é designado primeiro-ministro pela rainha.
O Parlamento é eleito por um período máximo de cinco anos, o que significa que as próximas eleições acontecerão até junho de 2022.
Os colégios eleitorais serão abertos das 07H00 locais (03H00 de Brasília) às 22H00 (18h00) de 8 de junho.
Podem votar os britânicos e os residentes irlandeses e de países da Commonwealth a partir dos 18 anos, além dos britânicos e irlandeses da Irlanda do Norte -na província britânica pode-se escolher ter passaporte irlandês ou britânico- que vivem no exterior há menos de 15 anos.
Os eleitores terão que se registrar para exercer seu direito ao voto, e votar não é obrigatório.
Os principais partidos nacionais são o Partido Conservador de May (direita), o Partido Trabalhista (esquerda) de Corbyn, seguidos pelo Liberal Democrata (centrista), o Partido para a Independência do Reino Unido (UKIP, populista)e os Verdes (esquerda).
O Partido Nacional Escocês (SNP, separatista), os nacionalistas galeses do Plaid Cymru e quatro partidos norte-irlandeses também conseguiram cadeiras no Parlamento britânico nas eleições de 2015.
As pesquisas apontam a uma vitória conservadora, mas também à possibilidade de que os trabalhistas possam formar governo em coalizão.
Há 3.303 candidatos. Os partidos podem gastar até 30.000 libras (34.000 euros, 39.000 dólares) em cada circunscrição.
A contagem dos votos começa imediatamente após o fechamento dos colégios eleitorais, mas em alguns casos o processo é lento em comparação a outros países. Possivelmente, será preciso esperar a madrugada de sexta-feira (horário local) para se ter uma ideia de quem ganhou. Após o fechamento das urnas, será divulgada a pesquisa de boca de urna que, em 2015, acertou o ganhador.
A chefe de Estado, a rainha Elizabeth II, indicará o líder com mais possibilidades de ter o apoio da Câmara para se tornar primeiro-ministro e formar o governo.
O novo Parlamento se reunirá pela primeira vez em 13 de junho e as negociações do Brexit começarão no dia 19 do mesmo mês.