Milhares de iraquianos comemoram nas ruas de Bagdá a vitória histórica sobre os militantes extremistas do Estado Islâmico na cidade de Mossul. Desde segunda-feira (10), após o anúncio oficial da vitória, longas filas de carros de civis decorados com rosas, buzinam e percorrem as principais ruas da capital iraquiana, enquanto centenas de pessoas em grupos levantavam bandeiras do país, dançam e cantam canções de vitória e se cumprimentam em muitos bairros de Bagdá, incluindo Tahrir Square Mansour e distritos de Bagdá al-Jadida.
"Felicito todos os iraquianos pela grande vitória sobre o grupo terrorista Estado Islâmico que foi alcançada pelo sangue dos mártires de nossas forças de segurança e pela unidade de todos os iraquianos sob a liderança do primeiro-ministro Abadi," disse o jovem Ismail Hameed à Agência Xinhua.
"Esta celebração é de todos os iraquianos, não importa sua religião ou grupo étnico, porque o EI é inimigo de todos nós e isso é uma reviravolta em nossa vida," disse Hameed, que estava comemorando com outros jovens na Praça Tahrir, no centro de Bagdá.
"Eu tenho sentimentos misturados de felicidade por derrotar o Estado Islâmico em Mossul e tristeza por meus colegas que morreram nas batalhas anteriores. No entanto, eu quero felicitar todos os iraquianos por esta grande vitória," disse Saad Aziz, um soldado do bairro de Mansour, no oeste de Bagdá.
Para garantir a segurança nas comemorações, as forças iraquianas intensificaram as medidas de segurança e bloquearam algumas vias. Dezenas de policiais estão nas principais ruas e áreas comerciais da cidade.
Na segunda-feira (10), Abadi declarou oficialmente Mossul livre do Estado Islâmico depois de quase nove meses de luta para expulsar os militantes extremistas de seu último grande refúgio no Iraque.
"Eu declaro ao mundo inteiro o fim, o fracasso e o colapso do Estado Islâmico," disse Abadi em um discurso em Mosul. "Temos outras missões agora: a reconstrução e a limpeza de células do EI – que precisarão de esforço de inteligência".
O Iraque também "precisa de unidade, assim como nós nos unimos para eliminar o EI, temos que estar unidos para restaurar a estabilidade dessas áreas e auxiliar no retorno das pessoas deslocadas e reconstruir as áreas que liberamos," acrescentou Abadi em seu discurso.
Mossul fica 400 km ao norte da capital do Iraque e estava sob o controle do Estado Islâmico desde junho de 2014, quando as forças do governo abandonaram suas armas e fugiram, permitindo que os militantes extremistas tomassem o controle de partes das regiões do norte e oeste do Iraque.