Entre 1º de julho e 30 de setembro, 31 denúncias de abuso sexual contra funcionários das Nações Unidas foram registradas no mundo - afirmou o porta-voz da organização, Stéphane Dujarric, nesta sexta-feira (3).
O número é parte da política do secretário-geral, Antonio Guterres, de tolerância zero em atos de violência sexual cometidos por pessoal civil, ou militar, da ONU e de sua vontade de transparência, acrescentou Dujarric, em sua conversa diária com a imprensa.
Os fatos referentes a essas denúncias ainda não foram confirmados, e algumas ainda estão em fase de investigação preliminar, acrescentou o porta-voz.
Sobre as 31 denúncias, 12 são contra pessoal de manutenção da paz e 19 contra empregados de agências, ou de programas, da ONU. Dez delas são por abuso sexual; 19, por exploração sexual; e duas ainda não tiveram informações divulgadas.
Em relação às organizações envolvidas, 15 denúncias apontam para funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur); quatro envolvem pessoal da missão de paz na República Democrática do Congo (Monusco); três, integrantes da missão na Libéria; dois, da operação na República Centro-Africana; e uma, contra um integrante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Em sua maioria, os fatos mencionados aconteceram este ano (12 dos casos); dois, em 2016; e seis, em 2015, ou nos anos anteriores. Em 11 dos casos, a data é desconhecida, afirmou Dujarric.
Nas 31 denúncias, as suspeitas recaem sobre 38 homens, enquanto 72% das 36 supostas vítimas são mulheres (meninas, 19% do total).
Já há alguns anos as operações de paz da ONU no mundo estão sendo afetadas por vários casos de abuso sexual.
Entre os países envolvidos, estão República Centro-Africana, RDCongo, Costa do Marfim, Somália, Sudão, Afeganistão e Haiti.