Os chanceleres da União Europeia (UE) adotaram nesta segunda-feira (13) uma série de medidas, incluindo um embargo de armas e um marco jurídico sobre futuras sanções contra "responsáveis por graves violações dos direitos humanos", com o objetivo de "favorecer" o diálogo na Venezuela.
As sanções foram aprovadas poucos minutos depois do início da reunião de chanceleres em Bruxelas, indicou uma fonte europeia.
"O Conselho [da UE] decidiu, por unanimidade adotar medidas restritivas, ressaltando sua preocupação com a situação no país", indicou esta instituição europeia em um comunicado, minutos depois do início da reunião de chanceleres em Bruxelas.
As medidas contemplam um "embargo de armas e de material relacionado que poderia ser usado para a repressão interna, assim como um marco legal para a proibição de viajar e o congelamento de ativos" para responsáveis por violações dos direitos humanos no país, acrescentou esta fonte.
Desde o início dos protestos da oposição, em abril, que deixaram pelo menos 125 mortos em quatro meses, vários dirigentes europeus, entre eles o presidente da Eurocâmara, Antonio Tajani, pediram à UE que adote sanções contra o governo Maduro.
A instalação da Assembleia Constituinte por parte do governo teria sido a gota d'água para a UE abrir caminho para o estudo de sanções.
"Tudo o que fazemos está orientado para incentivar a celebração do diálogo entre governo e oposição", alegou o espanhol Alfonso Dastis.
Em declarações à AFP, a embaixadora venezuelana na UE, Claudia Salerno, questionou no fim de semana o alcance dessas sanções "etéreas", já que a Venezuela "não tem dependência" das armas, ou o material eletrônico suscetível de ser usado para reprimir internamente.
Em relação às sanções contra responsáveis por violações dos direitos humanos, a UE adotou nesta segunda-feira o marco legal, mas não incluiu nenhum nome até o momento nessa "lista negra". Uma fonte diplomática indicou que se trata de uma "advertência" a Caracas.
A UE se soma, assim, a Canadá e Estados Unidos na adoção de sanções, embora Washington tenha ido além. O governo americano proibiu seus cidadãos e empresas de negociarem títulos da dívida emitidos por Caracas e por sua estatal petroleira PDVSA, no momento em que o país se encontra à beira do default.
Na quarta-feira, devem ser retomadas as negociações entre delegados do governo e representantes da oposição na República Dominicana. O evento foi confirmado por Maduro, mas seus adversários mantém-no "em suspenso".