Pelo menos oito pessoas morreram em decorrência da onda de frio extremo que assola parte dos Estados Unidos (EUA). O fenômeno, conhecido como vórtice polar, fez com que os termômetros na região do meio-oeste americano marcassem temperaturas mais baixas que as registradas na Antártida.
O Serviço Meteorológico Nacional informou que as temperaturas continuarão muito abaixo do normal na região nesta quinta-feira (31). A sensação térmica deve ficar entre -32°C e -48°C.
"Ventos perigosamente frios podem causar lesões na pele exposta em apenas cinco minutos", disse a instituição.
Nesta quinta (31), as temperaturas em Chicago podem quebrar o recorde da cidade, de -32°C, atingido em janeiro de 1985. Já áreas isoladas da região podem enfrentar temperaturas de até -40°C.
As aulas foram canceladas na quarta e quinta, no meio-oeste, inclusive em Chicago. Muitas empresas também permaneceram fechadas, deixando as ruas da cidade praticamente desertas.
Mais de mil voos com destino ou partida dos aeroportos internacionais de Chicago, o que equivale a quase dois terços dos voos previstos, foram cancelados na quarta, segundo o site FlightAware. Em todo o país, 2.622 voos foram cancelados.
O vórtice polar provocou cenas surreais, como vapor saindo das águas do Lago Michigan – resultado do ar extremamente frio passando por água mais quente logo abaixo. Partes das Cataratas do Niágara ficaram congeladas, e blocos de gelo cobriram o rio que cruza o centro de Chicago.
Até mesmo os correios dos EUA decidiram suspender as entregas em parte do país, apesar de serem conhecidos pelo seu slogan "nem neve, nem chuva, nem calor, nem a escuridão da noite" são capazes de interromper os serviços. Os Estados de Illinois, Michigan e Wisconsin adotaram medidas de emergência.
A onda de frio é consequência de um fenômeno conhecido como vórtice polar. Trata-se de uma massa de ar extremamente frio que, normalmente, gira ao redor do Polo Norte, mas que se deslocou para o sul e passou a se movimentar sobre os EUA.
O deslocamento da massa de ar frio, por sua vez, é resultado de uma onda de ar quente no Ártico, que dividiu o vórtice polar e levou parte dele para os EUA, explica Judah Cohen, especialista em tempestades de inverno da Atmospheric Environmental Research, uma empresa comercial na região de Boston.
Esse tipo de ocorrência tem se tornado mais comum nos últimos anos. Alguns cientistas suspeitam de uma ligação com as mudanças climáticas, embora não se saiba ao certo o motivo. No inverno 2013-2014, um vórtice polar também levou à quebra de recordes de temperatura em várias partes do Canadá e do leste dos Estados Unidos.
*Com informações da Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)