Há exatos 50 anos, milhões de pessoas se concentravam em frente à televisão para observar um feito histórico: a primeira vez que um homem pisava na Lua. Pioneiros na corrida espacial, os Estados Unidos ganharam prestígio internacional. Em 2021, a Missão Garatéa, formada por brasileiros, pretende lançar uma sonda para orbitar a Lua e promover a participação do país na atividade econômica espacial internacional.
O engenheiro espacial Lucas Fonseca, único latino americano a integrar a equipe da missão Rosetta e diretor executivo da empresa Airvantis, é o líder da Missão Garatéa, lançada em 2016. O time é composto, ainda, pelo pesquisador Douglas Galante, o jornalista Salvador Nogueira e três conselheiros: Roberto Alvarez, Mauro Gonçalves e Sidney Nakahodo.
Lucas afirma que a Garatéa é uma iniciativa sem fins lucrativos, a qual decidiram usar a temática espacial com a finalidade de desenvolver a ciência brasileira. "O projeto ligado ao espaço foi pensado para que pudéssemos motivar e referenciar a importância da ciência para a população, já que cada vez menos investimento é feito na área e porque tememos perder uma nova geração de cientistas", explicou.
A missão engloba incentivos de empreendedorismo espacial, possui uma vertente educacional e a missão lunar. O custo é subsidiado pela iniciativa privada e pública.
O engenheiro ressalta que a Garatéa sempre contemplou a tentativa de voo além da órbita terrestre por ser mais econômico, mas que recentemente vem recebendo convites para pousar a sonda em superfície lunar.
"Se vai orbitar ou pousar, é indiferente para o experimento que queremos realizar", diz Lucas. O objetivo da missão é saber como uma bactéria consegue encontrar meios de sobrevivência e se adaptar à realidade lunar e, a partir disso, estudar uma futura colonização lunar.
De acordo com Lucas Fonseca, existe um movimento global chamado de ‘New Space’, caracterizado pela criação de startups e empreendedores interessados em investir na exploração espacial.
"A diferença entre 1969 para o que vamos assistir na década de 2020 é que não vamos mais como exploradores lunares, e sim como colonizadores lunares", acredita.