O presidente Donald Trump disse neste sábado (10) que Kim Jong Un apresentou um "pequeno pedido de desculpas" pelo recente lançamento dos mísseis de Pyongyang e acrescentou que o líder norte-coreano está aberto para retomar as negociações sobre a questão nuclear com Estados Unidos e a Coreia do Sul.
Segundo a agência sul-coreana Yonhap, a Coreia do Norte disparou dois "projéteis não identificados" neste sábado sobre o Mar do Japão. Kim fez suas considerações em uma carta enviada a Trump, segundo o presidente americano afirmou no Twitter.
Na carta, o líder norte-coreano disse "muito gentilmente, que ele gostaria de se encontrar e começar as negociações assim que os exercícios conjuntos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul terminarem", escreveu Trump.
As manobras militares conjuntas entre Seul e Washington começaram na última segunda-feira e devem continuar por mais uma semana.
A Coreia do Norte considera que estas manobras são uma preparação para uma eventual invasão de seu território, além de vê-las como um obstáculo para a anunciada retomada das negociações com Washington sobre a desnuclearização do país.
Pyongyang disse que seus recentes testes com mísseis de curto alcance são para protestar contra esses exercícios.
No sábado, Trump ficou do lado de Kim ao criticar as manobras conjuntas, que são a base da cooperação militar entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul.
"Foi uma longa carta, que, em grande parte, ele se queixou dos exercícios ridículos e dispendiosos. Fez também uma pequena desculpa por testar os mísseis de curto alcance e disse que esses testes pararão quando os exercícios terminarem", acrescentou. "Espero ver Kim Jong Un em um futuro não muito distante", concluiu Trump.
Trump parece determinado a garantir um acordo de desnuclearização com a Coreia do Norte antes das eleições presidenciais do próximo ano nos Estados Unidos, apesar das negociações infrutíferas desde que ele se encontrou com Kim em uma cúpula histórica em Singapura em junho de 2018.
Na sexta-feira, Trump, que reluta em criticar o líder norte-coreano, disse que os lançamentos de mísseis não são importantes.
"Vou dizer de novo. Não houve testes nucleares. Os testes com mísseis sempre foram de curto alcance. Não houve testes com mísseis balísticos, não houve mísseis de longo alcance", enfatizou.
Ao comentar a a missiva que recebeu de Jong un, falou de uma "ótima carta", na qual o líder norte-coreano teria explicado por que Pyongyang fez testes com mísseis recentemente.
"Kim não estava feliz com os exercícios militares", disse Trump sobre o conteúdo da carta. "Eu também nunca gostei deles", acrescentou, sobre os exercícios. "E sabem por que? Não gosto de pagar por isso". Trump recebeu a carta de Kim, após Pyongyang ter feito quatro testes de mísseis nas últimas duas semanas.
O presidente americano insistiu em minimizar esses experimentos e disse que pode se reunir novamente com o norte-coreano.
Trump e Kim se reuniram em três ocasiões, a última no final de junho, na zona desmilitarizada que separa as duas Coreias. Os dois se comprometeram a relançar as negociações de desarmamento nuclear, iniciadas depois de sua primeira reunião, há um ano, mas atualmente em um impasse.
No entanto, ainda não foi estabelecida uma data para uma nova reunião de negociadores, anunciada por Washington como iminente.
Novos "projéteis" do Norte foram lançados neste sábado, segundo a agência sul-corana, dos arredores da cidade de Hamhung (nordeste) em direção ao Mar do Japão.
De acordo com o Estado-Maior do Exército sul-coreano, nas primeiras horas do sábado foram disparados o que parece ser dois mísseis balísticos de curto alcance a partir da cidade de Hamhung , que percorreram 400 km antes de cair entre a Península da Coreia e o Japão.
"O Exército está supervisionando a situação diante destes disparos adicionais", informou o Estado-Maior sul-coreano, citado pela agência.
As manobras conjuntas entre tropas americanas e sul-coreanas tornam "altamente" provável que haja novos disparos de mísseis, avaliou o Estado-Maior sul-coreano. Esta é a quinta série de disparos por parte da Coreia do Norte em menos de duas semanas.