Um ataque aéreo dos Estados Unidos da América (EUA) culminou na morte do general Qasem Soleimani, no Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque, nesta sexta-feira (3). O Irã prometeu retaliação aos nortes-americanos e o receio por mais uma guerra se instaurou no mundo. Apesar do presidente americano Donald Trump negar que deseja um conflito armado, especialistas e outras potências mundiais temem que o ataque termine no conflito. Para lhe ajudar a entender melhor as consequências do ataque no mundo, o Jornal do Commercio criou um mapa interativo para você entender o caso.
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O presidente americano Donald Trump disse que os Estados Unidos "acabaram" com o general iraniano Wasem Soleimani, quando ele estava presentes a atacar diplomatas americanos, mas insistiu que Washington não quer mudar o governo do Irã nem começar uma guerra. "Nós agimos ontem à noite para interromper uma guerra. Não agimos para começar uma. Não buscamos uma mudança de regime", afirmou Trump à imprensa na Flórida. No entanto, os americanos irão enviar entre 3000 e 3500 soldados para o Oriente Médio.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a ação norte-americana vai impactar no preço do combustível no Brasil. "Que vai impactar, vai", previu. Bolsonaro disse que a gasolina já está alta e, se seguir subindo, "complica". "Vamos ver nosso limite", declarou.
Bolsonaro também falou que é preciso mostrar à população brasileira que ele não pode "tabelar (o preço de) nada". "Já fizemos essa política no passado, de tabelamento, não deu certo. A questão do combustível, nós temos de quebrar o monopólio", afirmou. "Distribuição é o que ainda mais pesa no combustível, depois de ICMS que é imposto estadual. Não é meu. Vamos supor que aumente o combustível. Os governadores vão vibrar", disse.
O enviado do Irã para assuntos iraquianos, o poderoso general Qasem Soleimani, e um comandante pró-Irã morreram nessa quinta-feira, 2, em um bombardeio americano em Bagdá, o que provocou pedidos de vingança da República Islâmica e aumentou os temores de um conflito aberto entre Washington e Teerã.
O general Soleimani era responsável pelas questões iraquianas no exército ideológico do Irã, enquanto Abu Mehdi al Muhandis, que tinha dupla cidadania iraquiana e iraniana, era o número dois das Forças de Mobilização Popular, ou Hashd al Shaabi, uma coalizão de paramilitares majoritariamente pró-Teerã integrados ao Estado iraquiano.
Pouco depois de suas mortes, o Pentágono anunciou que o presidente americano, Donald Trump, deu a ordem para "matar" Soleimani. Logo após, Trump publicou uma ilustração com a bandeira dos Estados Unidos em suas redes sociais.
"Esta é a maior operação de decapitação já realizada pelos Estados Unidos, maior que as que mataram Abu Bakr al Bagdadi ou Osama bin Laden", líderes do Estado Islâmico (EI) e da Al-Qaeda respectivamente, afirmou Phillip Smyth, analista americano especializado em grupos armados xiitas.
"Não há nenhuma dúvida de que a grande nação do Irã e outras nações livres da região se vingarão por este crime horrível dos criminosos Estados Unidos", afirmou o presidente iraniano, Hassan Rohani.
Para o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif, esta é uma "escalada extremamente perigosa e imprudente". A diplomacia iraniana convocou o embaixador da Suíça, que representa os interesses dos Estados Unidos em Teerã.