O jornal New York Times publicou mais um vídeo, cuja a autenticidade foi confirmada pelo periódico, mostrando que dois mísseis atinginram o voo da Ukraine International Arilines (UIA) em 8 de janeiro. Segundo o jornal, os mísseis foram lançados de uma base militar iraniania a 13 quilômetros do local onde o avião foi atingido. As imagens de uma câmera de segurança também circulam em sites e contas do Twitter de entidades do Oriente Médio.
Segundo o jornal americano, o video termina explicando porque o transponder do avião parou de funcionar segundos antes de ser atingido pelo segundo míssil.
Listen to #25 Irã e Estados Unidos, é guerra? byRádio Jornal on hearthis.at
A admissão do Irã, no sábado (11) de que suas forças armadas derrubaram um avião comercial ucraniano parecia ter a intenção de acalmar as críticas num momento de tensões internacionais altas e agitação doméstica. No entanto, o resultado foi a indignação de iranianos com os líderes do país. Forças de seguranças em Teerã usaram gás lacrimogêneo para dispersar centenas de pessoas que foram às ruas como protesto contra o Exército, que no sábado reconheceu que abateu o avião por engano, aumentando a crise do país. Os protestos seguem desde o final de semana pelas ruas de várias cidades iranianas.
Alguns iranianos culparam seus líderes por incompetência e por mentiras nos três primeiros dias depois da queda, quando o país negou afirmações de que a aeronave havia sido atingida por um míssil iraniano, matando 176 pessoas. Centenas se reuniram na Universidade Amirkabir, na capital, onde alguns jovens homens retiraram pôsteres de Qassim Suleimani, o influente general que foi morto em um ataque norte-americano de drone em Bagdá na semana passada.
Antes de confirmada a autoria do Irã na derrubada do avião de passageiros da Ukraine International Airlines (UIA), milhares de iraquianos e iranianos foram às ruas participar do funeral do general iraniano Qasem Soleimani, morto no Iraque em um ataque americano. "Morte à América", gritou a multidão em Bagdá e nas cidades sagradas xiitas de Kerbala e Najaf na passagem do cortejo fúnebre do general iraniano e de seu braço-direito iraquiano, Abu Mehdi Al Muhandis, mortos na sexta-feira (3) em um ataque com drone perto do aeroporto internacional de Bagdá.
Justificando o ataque, o presidente americano Donald Trump disse que eliminou Soleimani para parar uma guerra e não começar outra, e garantiu que o general planejava um ataque "iminente" contra os interesses dos Estados Unidos. ''Os Estados Unidos cometeram "um ato de guerra" contra o Irã'', considerou o embaixador iraniano na ONU, Majid Takht Ravanchi. "A resposta a uma ação militar é uma ação militar. Por quem, quando ou onde, o tempo dirá".