Cruzeiro no Japão tem dez infectados por novo coronavírus, diz NHK

O barco Diamond Princess chegou à Baía de Yokohama, na última segunda (03), com 3.711 pessoas a bordo
AFP
Publicado em 04/02/2020 às 21:55
Foto: SONNY TUMBELAKA / AFP


Ao menos dez passageiros de um cruzeiro que as autoridades japonesas puseram em quarentena estão infectados pelo novo coronavírus, anunciou nesta quarta-feira (04) a emissora NHK, citando o ministério da Saúde japonês.

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As autoridades decidiram colocar em quarentena o barco 'Diamond Princess', que chegou na noite da última segunda-feira (03) à Baía de Yokohama, perto de Tóquio, com 3.711 pessoas a bordo. A medida foi adotada para buscar eventuais casos de contágio depois que foi detectada uma pneumonia viral em  Hong Kong em um antigo passageiro do navio.

Perfil dos mortos pelo coronavírus

A primeira vítima mortal do coronavírus foi um homem de 60 anos com problemas de saúde, perfil semelhante ao das outras vítimas da pneumonia viral iniciada na China. Desde que o governo chinês anunciou o surto em dezembro, esta doença semelhante à Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars) matou 425 pessoas e infectou mais de 20.400.

Até agora, 80% dos mortos são pessoas com 60 anos de idade ou mais e 75% tinham doenças anteriores, como diabetes, informou nesta terça-feira a Comissão Nacional de Saúde da China (NHC). A taxa de mortalidade permanece em 2,1%, de acordo com a comissão, um número muito inferior aos quase 10% da Sars que surgiu em 2002-2003 e matou 800 pessoas em todo o mundo.

No caso do coronavírus, 97% das vítimas eram da província de Hubei, de cuja capital, Wuhan, o coronavírus apareceu em um mercado que vendia animais vivos. O governo chinês também indicou que entre as vítimas há pelo menos cinco pessoas com menos de 60 anos. O mais novo é um homem de 36 anos de Wuhan. Fora de Hubei, a taxa de mortalidade é de 0,16%.

Veja mapa que mostra como o coronavírus se espalha pelo mundo

Macau, um popular centro de apostas entre turistas do continente, confirmou sete casos até terça-feira. Em Hong Kong, oito pessoas são portadoras da doença. Dessas, seis chegaram através de um terminal ferroviário de alta velocidade recém-construído que conecta a cidade ao continente.

Wuhan, epicentro do coronavírus

A cidade de Wuhan, que ocupa o centro das atenções por estar na origem de uma epidemia de pneumonia viral, é uma megalópole industrial localizada no centro da China.

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Esta capital regional, com 11 milhões de habitantes, onde um novo coronavírus apareceu em dezembro, está isolada do mundo desde que foi colocada em quarentena no dia 23 de janeiro.

Localização estratégica 

Wuhan está entre dois eixos importantes: Yangtze, o rio mais longo da Ásia, que atravessa a cidade de oeste a leste, e o eixo norte-sul, Pequim-Hong Kong.

Capital da província de Hubei, a cidade assistiu em 1957 a abertura da primeira ponte construída sobre o rio Yangtze.

Devido à sua localização estratégica, vários consulados estão localizados em Wuhan (França, Reino Unido, Estados Unidos).

Além disso, é uma importante plataforma aeroportuária, com conexões diretas à Europa, Oriente Médio e Estados Unidos.

Berço da revolução 

Em outubro de 1911, uma revolta no quartel da cidade deu o sinal da revolução que levaria à queda do último imperador da China, o jovem Puyi, de 3 anos.

Os habitantes da província, apelidados de "hubeilao", são conhecidos como duros.

Wuhan é conhecida por seu clima extremo no verão: junto com Nankin e Chongqing, é um dos "três fornos" do Yangtze.

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