Dilma diz que propor fim do Mercosul é 'tiro no pé'

As plataformas de Marina e de Aécio defendem mudanças no bloco e pregam que o Brasil invista mais em negociações com outros países
Carolina Sá Leitão
Publicado em 08/09/2014 às 19:28
As plataformas de Marina e de Aécio defendem mudanças no bloco e pregam que o Brasil invista mais em negociações com outros países Foto: Foto: ABr


A presidente Dilma Rousseff aproveitou entrevista coletiva no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (8) se diferenciar de seus dois principais adversários na corrida eleitoral, a ex-ministra Marina Silva (PSB) e o senador Aécio Neves (PSDB), na área de política externa. Dilma fez uma defesa da importância do Mercosul - formado por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e Venezuela - e disse que propor o fim do bloco "é um tiro no pé".

A presidente afirmou que 80% das exportações brasileiras para a América Latina são de produtos manufaturados e que a Argentina, maior país do Mercosul depois do Brasil, também é um importante mercado para bens com valor agregado produzidos no Brasil. 

As plataformas de Marina e de Aécio defendem mudanças no bloco e pregam que o Brasil invista mais em negociações com outros países. "O Mercosul é importante, apesar de ter gente achando que é uma questão ideológica", disse a presidente. "Não podemos voltar as costas para a América Latina e só olhar para os Estados Unidos e para a Europa". Ela também destacou que a América Latina criou sistemas eficientes de resolução de crises, citando a deposição do ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, em 2012, que resultou na suspensão do país do Mercosul e sua posterior reincorporação. 

A presidente também comentou as negociações para um acordo Mercosul-União Europeia e disse que a bloco sul-americano conseguiu propor um modelo para tirar a proposta do papel. Foram problemas em países europeus, disse Dilma, que impediram as negociações de evoluírem. "A eleição para o Parlamento Europeu evidenciou problemas sérios", disse. "Negociar um acordo de livre comércio com a Europa requer um tempo", concluiu.

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