O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quinta-feira (13) que a decisão dos ministros de colocar os cargos à disposição já vinha sendo “conversada” entre os titulares das pastas para deixar a presidente Dilma Rousseff “a vontade” para promover mudanças em sua equipe para o próximo governo. Ele participou de um seminário internacional sobre segurança viária, promovido pela Polícia Rodoviária Federal.
Cardozo negou que a carta de demissão entregue pela ex-ministra da Cultura, Marta Suplicy, em que ela opinou sobre a condução da política econômica do governo, tenha acelerado o “acordo simbólico” dos ministros.
“(A carta) não (influenciou). Isso já vinha de algum tempo, alguns ministros, eu, o ministro (Aloizio) Mercadante, a ministra Míriam (Belchior), tínhamos conversado que seria natural, quem quisesse, colocasse o cargo à disposição como um gesto de cada um de nós para mostrar que cabe a ela (presidente Dilma) escolher, da melhor forma, a futura equipe”, argumentou o ministro.
Cardozo, que já entregou a carta colocando o cargo à disposição, disse que o gesto demonstra que os ministros defenderão “o governo, estando nele ou não”. “Agora, quem quiser que faça, os cargos são providos por ela mesmo, é apenas um gesto simbólico, como uma referência de que estamos dentro do projeto independentemente de estarmos no governo”, explicou Cradozo.
Na quarta-feira (12), o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que “de dez a 15” ministros já haviam entregue suas cartas colocando os cargos à disposição da presidenta. Assim com Cardozo, Mercadante disse tratar-se apenas de uma formalidade sugerida por ele e outros colegas, e não uma obrigação.
Na manhã quarta-feira, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, antecipou à Agência Brasil que entregará no próximo dia 18 a sua carta à presidenta Dilma colocando o cargo à disposição.