O senador eleito pelo PSDB em São Paulo, José Serra, afirmou na noite desta quarta-feira que a defesa feita pela presidente Dilma Rousseff para empreender uma reforma política é "estratégia para distrair a atenção de outras questões", como "quadro econômico, quadro da corrupção, quadro do clientelismo, do loteamento político". "Tudo isso que inferniza a vida brasileira", afirmou o ex-governador de São Paulo.
Questionado sobre o uso da reforma política como bandeira da presidente durante a campanha pela reeleição, Serra ironizou: "Quem falou? Não sabia. Não sei qual a reforma política que ela pretende, realmente é um segredo para mim. É um mistério".
O tucano participou na noite de hoje da abertura de congresso organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público. Serra afirmou que o Brasil está "precisando muito" de reformas, a começar pelo sistema eleitoral.
No caso de cidades grandes, acima de 200 mil eleitores, Serra defende a implementação do voto distrital puro. "A curto prazo devemos concentrar nessa questão dos municípios grandes já para as próximas eleições", disse o senador eleito.
O voto distrital em vez de proporcional, de acordo com Serra, seria um elemento barateador das campanhas. "Acho curioso que só se fala de financiamento e não se fala de redução de custos", criticou o senador eleito.
Ele mencionou outro ponto que seria capaz de diminuir os custos de campanhas: uma mudança no programa eleitoral. "Não pode ser uma hora de produção. Tem que ter o candidato, a câmera e ponto final", afirmou.