A CGU (Controladoria-Geral da União), órgão de controle do governo federal, confirmou que a Petrobras teve um prejuízo bilionário na aquisição da refinaria de Pasedena, nos EUA.
O órgão apontou em relatório finalizado nesta quarta-feira (17) que a estatal pagou US$ 659 milhões (R$ 1,8 bilhão) a mais pela aquisição da companhia nos EUA.
O valor é menor que os US$ 792 milhões (R$ 2,1 bilhões) de prejuízo apontado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) na investigação dessa compra da refinaria. Mas confirma os mesmos argumentos que levaram o órgão de controle externo ligado ao legislativo a fala de prejuízo. A Petrobras está contestando a condenação do TCU.
O principal argumento da Controladoria para apontar o prejuízo na compra é que a Petrobras não se baseou numa avaliação de uma companhia internacional contratada por ela para avaliar o preço da refinaria e pagou por ela pela rentabilidade que a estatal imaginava que Pasadena teria com os investimentos que a própria Petrobras iria fazer. Também foi apontado que a Petrobras aceitou cláusulas benéficas à sua então sócia na companhia, a belga Astra Oil.
A CGU afirma ainda que o conselho de administração, do qual a presidente Dilma Rousseff fazia parte na época da compra como ministra da Casa Civil, sequer foi informado da avaliação dessa companhia.
Como consequência da auditoria, a CGU determinou que a Petrobras instaure processos para cobrar os prejuízos. A auditoria apontou 22 nomes como responsáveis pela aquisição, contra os quais a empresa terá que abrir processo administrativo que poderá levar à demissão do empregado. Entre os 22 que serão investigados estão o ex-presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, e os ex-diretores Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Jorge Zelada.