Defesa de Vaccari diz que não há provas para fundamentar prisão

Advogado negou que Vaccari tenha pedido que depósitos fossem feitos para uma gráfica ligada ao PT
ABr
Publicado em 16/04/2015 às 20:49
Advogado negou que Vaccari tenha pedido que depósitos fossem feitos para uma gráfica ligada ao PT Foto: Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil


A defesa do tesoureiro afastado do PT, João Vaccari Neto, considerou nesta quinta-feira (16) que a prisão de seu cliente é injusta. Segundo o advogado Luiz Flávio D'urso, o decreto de prisão foi fundamentado com base em depoimentos de delatores, sem apresentação de provas.  Vaccari foi preso nesta quarta-feira (15) na décima segunda fase da Operação Lava Jato.

Em nota, o advogado negou que Vaccari tenha pedido que depósitos fossem feitos para uma gráfica ligada ao PT e que a movimentação bancária da esposa e da filha do tesoureiro tem origem lícita. Segundo D'urso, o investigado colaborou com a Justiça e não há motivos para mantê-lo preso.

"Vaccari repudia as referencias feitas por criminosos delatores a seu respeito, pois as mesmas não correspondem à verdade. Ele não recebeu ou solicitou qualquer contribuição de origem ilícita destinada ao PT e todas as doações ocorreram por via bancária com transparência e com a devida prestação de contas às autoridades transparentes", diz a nota.

A prisão de Vaccari foi determinada pelo juiz federal Sérgio Moro.  No entendimento do magistrado, Vaccari deve ficar preso preventivamente por causa do seu poder de influência e pela possibilidade de atrapalhar as investigações. Para Sérgio Moro, o afastamento voluntário do partido não é suficiente.

Além dos depoimentos de delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, a prisão de Vaccari foi fundamentada em informações prestadas por Augusto Mendonça, diretor da empresa SOG Óleo e Gás, que também delatou o esquema.

Para Mendonça, os pagamentos de propina de sua empresa ocorriam por meio de contato direto com o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e Barusco. Eram remessas de dinheiro a contas indicadas por eles no exterior e doações oficiais ao PT, intermediadas por Vaccari.

De acordo com o delator, o tesoureiro pediu que pagamentos fossem feitos à Editora Gráfica Atitude, sediada em São Paulo. Segundo Mendonça, o tesoureiro informou que os valores eram destinados à publicação de "propagandas em revistas pertencentes à editora” nos anos de 2010, 2011 e 2013.

No depoimento, o diretor da SOG Óleo e Gás afirmou que acredita ter pago R$ 2,5 milhões em contribuições mensais durante o período.

Para Sérgio Moro, a solicitação de repasses para a gráfica pode ser explicada conforme levantamento do Ministério Público Federal (MPF), no qual o órgão aponta ligação entre a empresa e o PT.

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