A presidente Dilma Rousseff rebateu nesta quinta-feira (9) a acusação da oposição de que, em entrevista à Folha de S.Paulo, ela tentou inibir os tribunais que investigam contas do seu governo e da campanha à reeleição.
"Em momento algum da minha entrevista eu passei por cima de nenhuma instituição. Nem o TCU [Tribunal de Contas da União] ainda deu um parecer definitivo sobre minhas contas. Eles abriram a oportunidade de nos explicar e vamos nos explicar bem explicado, e a mesma coisa o TSE [Tribunal Superior Eleitoral]", afirmou aos jornalistas brasileiros após participar da cúpula dos Brics, na cidade russa de Ufá.
Na terça (7), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que o PT tinha o discurso por, segundo ele, não "reconhecer os instrumentos se fiscalização", no caso, os tribunais.
Foi uma resposta à declaração de Dilma, na entrevista, de que alguns de seus opositores têm comportamento "golpista", sem identificá-los.
Nesta quinta, na Rússia, a presidente mencionou o senador tucano, chamando-o ironicamente de "senhor", afirmando que os adversários adotaram discurso de que os tribunais já teriam tomado uma decisão.
"Quem coloca como já tendo tido uma decisão está cometendo um desserviço para a instituição, para o TCU e o TSE, porque não há nenhum garantia que qualquer senador da República, muito menos o senhor Aécio Neves, possa prejulgar quem quer que seja ou definir o que uma instituição vai fazer ou não", disse Dilma.
"A gente não fica discutindo quem é quem e não é golpista. Quem é golpista mostra na prática as tentativas, que começa, por isso: prejulgar uma instituição", ressaltou a presidente.
"Respeitar a institucionalidade começa por respeitar as instituições, respeitar as suas decisões e seu caráter autônomo, soberano e independente", ressaltou. "O futuro é algo que ninguém controla, nem eu nem ninguém".