Após a divulgação de nova pesquisa que mostra índices baixíssimos de aprovação ao governo Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a defender nesta terça-feira (21) que o PMDB abandone o Palácio do Planalto e siga para a oposição.
Cunha sempre foi um aliado incômodo, mas se tornou adversário declarado do governo desde a semana passada, quando veio à tona nova suspeita contra ele no escândalo de corrupção da Petrobras -notícia que ele atribui a uma dobradinha secreta entre o Executivo e o Ministério Público Federal.
"Realmente quando a gente vê essa pesquisa, a gente vê que realmente alguma coisa tem que ser mudada. É por isso que o PMDB tem rever essa posição [de continuar na base aliada]. É mais uma constatação de que as coisas não estão caminhando bem e algo tem que ser feito", disse o presidente da Câmara.
Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça (21) aponta que a popularidade de Dilma é de apenas 7,7%, contra 70,9% de reprovação.
O parlamentar já havia defendido que o PMDB vá para a oposição. O partido, por sua vez, afirma que a decisão de Cunha é pessoal e que continua na base aliada do governo.
Cunha se negou a responder perguntas sobre a Operação Lava Jato, afirmando que só seu advogado falará sobre o tema e que ele, de agora em diante, só comenta política.
Mesmo assim, abordou de forma lacônica os rumores de que setores do governo viram com bons olhos a mudança na delação premiada do lobista Júlio Camargo, que agora acusa o peemedebista de receber US$ 5 milhões em propina.
"Quem vê com com bons olhos [a delação] pode ver lá na frente com outros olhos qualquer outra coisa em relação a eles também".