O candidato da situação à presidência da Argentina, Daniel Scioli, revelou que ouviu uma promessa da presidente Dilma Rousseff, durante visita que fez ao Brasil na semana passada. Segundo Scioli, Dilma lhe prometeu que irá alongar as linhas de financiamento à exportação para a Argentina.
Com a estratégia, disse Scioli, os importadores argentinos têm mais prazo para pagar as compras feitas no Brasil. Dessa maneira, o país sofreria menos sangria em suas reservas em dólares, que já estão baixas.
A Argentina vive uma situação de escassez de dólares há pelo menos quatro anos, o que levou o governo de Cristina Kirchner a limitar importações e despesas em moeda forte. Nos últimos meses, porém, para evitar a alta do dólar às vésperas da eleição, o governo de Cristina Kirchner passou a vender de maneira expressiva contratos em moeda estrangeira no mercado financeiro argentino.
Isso aumentou a expectativa de que o país está ficando sem dólares. A perspectiva é que o próximo governante, seja Scioli ou um nome da oposição, encontrará reservas muito baixas, o que será um empecilho para a reabertura do país ao mundo, promessa de todos os candidatos.
Scioli conta com a dobradinha com o Brasil caso seja eleito. A Argentina terá eleições presidenciais no próximo domingo (25) e ele é o favorito. O Brasil é o principal fornecedor do mercado argentino. A revelação foi feita pelo candidato ao jornalista Joaquín María Solá, no canal TN, na noite desta segunda (19).
Scioli afirmou ainda que tomou conhecimento da legislação proposta pela presidente Dilma, parada no Congresso, de incentivar a repatriação de capitais nacionais no exterior. Se no Brasil o objetivo é aumentar a arrecadação de impostos, na Argentina, Scioli quer incentivar a volta de dólares que saíram do país, por meio de investidores argentinos que deixaram o país sob o kirchnerismo.
O projeto de lei brasileiro prevê a anistia de punições a investidores que tiraram dinheiro legal do país e não o registraram na Receita Federal. Scioli disse que está estudando experiências internacionais para gerar incentivos a que argentinos repatriem dólares para o país.