Leonardo Quintão desiste de ser líder e fortalece nome de Cunha

Desistência de Quintão, na prática, deve fortalecer Hugo Motta (PB), cuja candidatura foi articulada pelo presidente da Casa
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 23/01/2016 às 10:06
Desistência de Quintão, na prática, deve fortalecer Hugo Motta (PB), cuja candidatura foi articulada pelo presidente da Casa Foto: Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados


O deputado Leonardo Quintão (MG) desistiu nessa sexta-feira (22), de se candidatar a líder do PMDB na Câmara para apoiar Leonardo Picciani (RJ), que tentará reeleição ao posto. A decisão foi tomada após acordo entre os dois deputados. 

Apesar de declarar apoio ao nome governista da disputa interna do PMDB, a desistência de Quintão, na prática, deve fortalecer Hugo Motta (PB), cuja candidatura foi articulada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A tendência entre os apoiadores de Quintão é de se alinhar agora a Motta. 

Quintão alegou que a candidatura do deputado paraibano foi um dos principais motivos que provocaram sua desistência. O mineiro não gostou do fato de Cunha lançar Motta, pois isso diminuiu suas chances de vencer a disputa. Com boa relação entre peemedebistas governistas, Motta poderia roubar votos de Picciani, o que diminuía a possibilidade de Quintão ir para o segundo turno com o atual líder.

Vice-liderança

Para obter o apoio de Quintão, Leonardo Picciani ofereceu ao deputado mineiro a primeira vice-liderança do PMDB em sua chapa. Também prometeu apoiá-lo na próxima disputa para líder da sigla, uma vez que pretende tentar se eleger presidente da Câmara em 2017. Picciani já tinha prometido apoiar um deputado de Minas para liderança neste ano, mas não cumpriu o acordo.

Temer

Antes de tomar a decisão, Quintão ligou para o vice-presidente Michel Temer. Na conversa, afirmou que condicionaria o apoio a Picciani na disputa pela liderança na Câmara à votação favorável da bancada do Rio à reeleição de Temer para presidente nacional do PMDB. O vice, contudo, disse que não precisava, alegando que a articulação para disputa pela direção da sigla está "bem encaminhada" e "evoluindo bem".

Diferente do que fez com Temer, Quintão não avisou a seus apoiadores da decisão. O deputado Osmar Terra (PMDB-RS), por exemplo, ficou sabendo pelo Estado. Ele disse que o grupo que dava sustentação a Quintão, composto majoritariamente pela ala peemedebista pró-impeachment, passará a apoiar Hugo Motta. Segundo Terra, o candidato de Cunha deverá ganhar pelo menos 18 votos novos.

O grupo de Eduardo Cunha minimizou o apoio de Leonardo Quintão a Picciani. A avaliação é de que o impacto será "zero", uma vez que o deputado mineiro não teria grande influência sobre outros peemedebistas. 

Picciani, por sua vez, minimizou a migração dos apoiadores de Quintão para Motta. "Esses deputados nunca me apoiaram", disse. Na avaliação de Leonardo Picciani, esse cenário fortalece a indicação do Mauro Lopes (MG) para a Secretaria da Aviação Civil (SAC). 

Antes de desistir da candidatura, Leonardo Quintão chegou a procurar integrantes do PMDB do Senado em busca de apoio para se tornar líder. O deputado procurou o presidente da Casa, Renan Calheiros (AL), e senadores ligados a ele, para lhes pedir apoio Fechado com Picciani, Calheiros ignorou os apelos de Quintão. A eleição para liderança do PMDB na Câmara está marcada para 17 de fevereiro. O registro de candidaturas pode ser feito até o próximo dia 3. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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