Embora tenha negado algumas vezes a intenção de deixar o cargo no Executivo temporariamente, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, decidiu mesmo pedir exoneração da função para poder participar da eleição do novo líder do PMDB na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (17). A exoneração de Castro está formalizada no Diário Oficial da União (DOU) de hoje, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo. O secretário executivo da Saúde, José Agenor Álvares da Silva, assume o posto interinamente.
"Estou fazendo o que acho que deveria ser feito", disse Castro em sua primeira entrevista após decidir se afastar do Ministério para ajudar Leonardo Picciani (RJ) na disputa contra Hugo Motta (PB), candidato que tem apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A presidente Dilma Rousseff liberou o ministro para retomar seu mandato como deputado federal na votação, mas deixou claro que a decisão era dele e que, por ela, "isso não ocorreria". Castro disse não ter tomado conhecimento dessas considerações da presidente.
Castro deixa a pasta temporariamente em meio a uma crise na saúde por causa do mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, da zika e da febre chikungunya. Ele tem sido pressionado pelos aliados de Hugo Motta e pela oposição, que apresentou ontem um requerimento para que ele vá à Câmara prestar esclarecimentos a respeito das ações do governo para enfrentar a epidemia.
Questionado sobre se poderia retornar ao Ministério, apesar de todas as pressões, respondeu: "Assim espero".