O relator do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB-GO), deve antecipar em duas sessões a entrega de seu parecer na comissão especial que discute o assunto para permitir que a votação em plenário aconteça até o dia 14 de abril.
Pelo rito adotado, a presidente tem até dez sessões para apresentar sua defesa, prazo que já está correndo - nesta terça-feira, 29, acontecerá a sexta sessão. Concluído este prazo, Arantes tem até cinco sessões para apresentar o parecer.
Líderes da oposição disseram, no entanto, que ele deve apresentar já na terceira sessão, para que o pedido de vista não atrase a votação em plenário.
Pelo cronograma da oposição, o texto será votado na comissão no próximo dia 11 e levado a plenário no dia 14, uma quinta-feira. Líderes de partidos favoráveis ao impeachment reuniram-se nesta manhã e, por maioria, resolveram comunicar ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PDMB-RJ), que são contra a ideia apresentada pelo peemedebista de fazer a votação no dia 17, um domingo, como antecipou o Broadcast Político, serviço de informação em tempo real da Agência Estado, na semana passada.
"Isso não pode ser transformado em final da Copa do Mundo", disse Mendonça Filho (DEM-PE), coordenador do comitê pró-impeachment.
A comissão do impeachment deve começar a realizar oitivas nesta quarta-feira, dia 30. Pelo lado da oposição, devem ser ouvidos os juristas Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal, autores do pedido de impeachment junto com o também jurista Hélio Bicudo.
Força-tarefa
Na reunião desta manhã, lideranças pró-impeachment montaram uma força-tarefa, organizada por partidos e Estados para mapear e conquistar votos pelo impedimento da presidente. Eles não informaram quantos votos já têm. Dizem ter apenas aproximadamente os 342 necessários para fazer avançar o processo de impeachment. "A gente está batendo os 342, mas precisamos ter margem, folga, convicção de cada um", afirmou Mendonça.