Dilma pavimentou "passo a passo" o caminho do impeachment, diz Jereissati

Com críticas ao sistema político e ao presidencialismo de coalizão, o senador defendeu a aprovação do parecer pela admissibilidade do processo de impeachment
ABr
Publicado em 12/05/2016 às 6:57
Foto: NE10


Com críticas ao sistema político e ao presidencialismo de coalizão, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) defendeu nesta quinta-feira(12) a aprovação do parecer pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para o tucano, apesar das falhas do atual modelo político brasileiro, Dilma “pavimentou passo a passo” o caminho que a está levando para o afastamento do governo.

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Também presente no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, Jereissati disse haver um elemento comum entre os dois processos:  o “fracasso do modelo político”. “A atual crise, assim com a que levou ao impeachment do ex-presidente Collor, é resultado, entre outras razões, das imperfeições graves do nosso sistema político”.

O tucano considerou “constrangedor” votar, pela segunda vez em menos de um quarto de século, no impeachment de presidentes da República, contudo, enalteceu a solidez das instituições. Para Jereissati, finalizado o processo do impedimento de Dilma, o Congresso tem o dever de propor e aprovar mudanças no modelo político, a começar pela multiplicidade de partidos e o “anacrônico” sistema de eleição proporcional.

“Essa sistemática tem gerando, ao longo dos tempos, enormes e irremediáveis prejuízos ao nosso país. Para atender a esses interesses [dos partidos], o governo tem que recorrer à famigerada prática do ministério de porta fechada. Isso gera, inevitavelmente, a fragmentação e descontinuidade das políticas públicas”. 

Apesar de reconhecer as falhas dos sistemas políticos, Tasso Jereissati considerou que Dilma praticou atos que justificam o impeachment. “A constatação da realidade não exime de culpar a presidente da República. Ela conhece muito bem os meandros do sistema, assim como conhece seus personagens. Ninguém mais do que a presidente da República dispõe dos elementos para transformar o modelo. Dilma não apenas cedeu ao sistema, pior que isso, tirou beneficio dele, permitiu a continuidade dessa prática em troca de se manter no poder”, disse o tucano.

“O nosso dever, por mais doloroso que seja, é de julgar uma presidente da República que não cumpriu com seus deveres. Se é verdade que foi legitimamente eleita, é inegável que ela própria forneceu todos os motivos para ser legalmente impedida. Pavimentou, passo a passo, seu caminho até aqui”.

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Lista dos senadores que falarão na sessão da aceitabilidade do processo de impeachment - Geraldo Magela/Fotos Públicas
Senadores votam aceitabilidade do processo de impeachment da presidente Dilma -
Renan Calheiros é presidente do Senado -
Senador Aécio Neves (PSDB) é a favor do impeachment da presidente Dilma -
Senadora Gleisi Hoffmann pediu a anulação do processo, mas não foi atendida -
Renan Calheiros (PMDB-AL) e Raimundo Lira (PMDB-PB) observam discurso de Lúcia Vânia (PSB-GO) -
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Senadora Regina Sousa (PT-PI) durante a sessão do impeachment - Jane de Araújo/Fotos Públicas
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Senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE); Alves (PR-TO);Renan Calheiros (PMDB-AL) e Raimundo Lira (PMDB - Jefferson Rudy/Fotos Públicas
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Bancada: senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE); senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) - Jefferson Rudy/Fotos Públicas
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Eunício Oliveira (PMDB-CE), Vicentinho Alves (PR-TO), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Raimundo Lira (PMD - Jefferson Rudy/Fotos Públicas
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Pronunciamento do senador Paulo Paim (PT-RS) - Pedro França/Fotos Públicas
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Senador José Agripino (DEM-RN) e senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) - Pedro França/Fotos Públicas
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