A Comissão Processante do Impeachment começou há pouco a oitiva da primeira testemunha do processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff, o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Julio Marcelo de Oliveira. A reunião teve início no final da manhã de desta quarta-feira(8), mas os senadores perderam mais de três horas discutindo procedimentos e votando requerimentos e questões de ordem.
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Na primeira parte, os senadores rejeitaram um pedido de perícia feito pela defesa de Dilma para que alguns documentos que embasam o processo fossem auditados. Eles definiram que o advogado da presidente afastada, José Eduardo Cardozo, apresentará uma nova lista de testemunhas, com os 40 nomes de pessoas que serão ouvidas pela comissão.
Cardozo já tinha apresentado um rol de testemunhas, mas ele ultrapassava o número de pessoas que serão ouvidas. Hoje ficou definido que a defesa terá direito de apresentar 40 pessoas para falarem a favor da presidente processada, sendo oito para cada um dos quatro decretos de suplementação orçamentária que contarão no processo e mais oito para falar sobre as pedaladas fiscais.
Logo no início da segunda parte da reunião, destinada à oitiva de duas testemunhas de acusação e mais quatro testemunhas requeridas por outros senadores, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou questão de ordem solicitando que cada senador tivesse direito a 10 minutos para interrogar as testemunhas.
O pedido, no entanto, foi negado pelo presidente da Comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB) que manteve a proposta já previamente acertada entre os membros de que cada senador terá três minutos para fazer perguntas às testemunhas.
Tensão
A primeira fase da reunião, entre o fim da manhã e o início desta tarde, foi marcada por alguns momentos de tensão, especialmente no que se refere às constantes intervenções de senadores aliados à presidente afastada. Após cerca de duas horas de deliberações sobre procedimentos, a senadora Vanessa Grazziotin já tinha feito 13 interrupções para questionar ou se queixar sobre procedimentos que estão sendo adotados pela Mesa.
“Se o Plenário desta Comissão quiser eleger vossa excelência presidente, para conduzir os trabalhos eu entrego esta cadeira com todo o prazer, para poder ir cuidar da minha família”, disse Lira. Vanessa, então, respondeu que “se tivesse número” presidiria a comissão.
O senador Magno Malta também pediu que os senadores que apoiam a presidente afastada intervissem menos, mas lembrou aos colegas que será preciso ter paciência durante os trabalhos. “Eles não estão errados. O rito é esse. Nós, se nos exaltarmos, vamos errar. Então, não vamos errar, pessoal. Chá de camomila para todo mundo, e no dia nós vamos votar, porque isso aí não vai mudar ninguém aqui", afirmou Malta.