Após suspense, o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio decidiu recusar o convite do governo para assumir o Ministério da Transparência. O deputado foi demitido da pasta de Justiça no domingo (28) e foi informado pela imprensa da decisão de Temer, o que o deixou chateado. Ainda no domingo (28), Moreira Franco havia afirmado que Osmar Serraglio tinha aceitado o convite.
Temer teria uma reunião com Serraglio na tarde desta terça (30), mas o agora deputado tomou a decisão de recusar o ministério antes do encontro. Com a decisão, Osmar volta a ser deputado federal, retirando o mandato e o foro privilegiado de Rodrigo Rocha Loures, investigado pelo Supremo Tribunal Federal.
Com a recusa de Serraglio, um aliado de Temer se complica ainda mais. O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), perde o foro privilegiado, já que assumiu o cargo na Câmara como suplente do ex-ministro. Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo R$ 500 mil, supostamente a pedido de Temer, de um diretor da JBS, em São Paulo. O dinheiro da mala foi devolvido à PF e o deputados afastado ainda não decidiu sobre um acordo de delação premiada com o Ministério Público.
Em nota, Serraglio agradeceu a Temer pelo "privilégio" de ter sido ministro da Justiça. Nos poucos meses em que esteve à frente da pasta, o ex-ministro foi alvo de criticas, principalmente de parlamentares. Áudio gravado, com base na delação da JBS, flagrou o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) reclamando sobre a não interferência na Polícia Federal.
Torquato Jardim foi transferido do Ministério da Transparência para a Justiça, a pedido do próprio presidente, que agora terá que escolher um novo nome por conta da recusa de Osmar.