Ministro da Saúde recua e fábrica de recombinante da Hemobrás fica em Pernambuco

Em reunião com Temer e ministros pernambucanos, Ricardo Barros desistiu de levar unidade para o Paraná
Da editoria de Política
Publicado em 15/08/2017 às 17:56
Em reunião com Temer e ministros pernambucanos, Ricardo Barros desistiu de levar unidade para o Paraná Foto: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


Após reunião com o presidente da República, Michel Temer, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, recuou da decisão de levar a fábrica de Fator recombinante VIII para o Paraná. O ministro anunciou que fará negociações com os investidores para construir a fábrica no complexo da Hemobrás, em Goiana. Participaram da reunião os ministros pernambucanos Mendonça Filho (Educação), Bruno Araújo (Cidades), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) e Raul Jungmann (Defesa).

A decisão vem após forte pressão da bancada pernambucana. Nesta terça (15), foi lançada uma Frente Parlamentar Mista em defesa da Hemobrás.

A proposta de levar a fábrica do fator recombinante VIII surgiu após o ministro da Saúde, Ricardo Barros, negociar com a empresa Octopharma a construção de uma unidade no seu reduto eleitoral, em Maringá (PR). O ministro afirmou que os parlamentares pernambucanos estavam tratando o caso com "bairrismo".

Em reunião com o presidente Michel Temer há cerca de dez dias, o presidente Michel Temer afirmou aos deputados pernambucanos Cadoca (Sem Partido) e Augusto Coutinho (SD) que Barros não trataria do assunto à revelia.

Em nota, o ministério da Saúde afirmou que a conclusão de fábrica para fracionamento de plasma humano, que segue inacabada em Goiana, será objeto de outra negociação.

ENTENDA A POLÊMICA

 Vítima de planejamento falho, alvo de denúncias de corrupção e objeto de investimentos mal realizados durante os governos Luiz
Inácio da Silva e Dilma Rousse (PT), a Empresa Brasileira de Hemoderivados (Hemobrás), localizada em Goiana, voltou ao debate político e econômico.

Prevalecendo-se dos erros no projeto da estatal, o atual ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), revelou o interesse de levar a parte mais rentável da empresa para seu reduto político, Maringá (PR).

Lideranças de Pernambuco se mobilizaram contra a ideia.

No meio desta polêmica, é importante frisar que a Hemobrás, concluída e bem comandada, é de fundamental importância para Pernambuco. A estatal tem o desao de gerenciar a rede brasileira de plasma, componente do sangue a partir do qual são produzidos hemoderivados e outros medicamentos importantes para o tratamento de doenças como hemofilia e Aids.

 A Hemobrás pode se tornar a âncora para desenvolver o setor no Estado. Daqui, seriam exportados vários medicamentos.

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