PT e grupos de esquerda fazem manifestação a favor de Lula no Centro

De acordo com a organização, cerca de três mil pessoas participaram do ato, que reuniu apresentações artísticas e personalidades da política pernambucana
JC Online
Publicado em 23/01/2018 às 23:55
De acordo com a organização, cerca de três mil pessoas participaram do ato, que reuniu apresentações artísticas e personalidades da política pernambucana Foto: Foto: Guga Matos/JC Imagem


O Partido dos Trabalhadores e demais grupos de esquerda de Pernambuco realizaram uma manifestação, nesta terça-feira, (23) em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Localizado na Praça Tiradentes, no Bairro do Recife, o grupo fez discursos e apresentações artísticas. Nesta quarta-feira (23), deve ser organizado um Café da Manhã dos Inocentes.

Contando com cerca de três mil participantes, segundo os organizadores (a Polícia Militar não confirmou o número), o evento contou com carro de som, e o bloco Sapo Barbudo, levado pelos manifestantes, além de reunir personalidades da política pernambucana, entre eles o ex-prefeito do Recife, João Paulo. O petista disse não acreditar numa condenação do ex-presidente Lula, que será julgado nesta quarta-feira (24), pela 8ª Turma Criminal do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. 

"Eu estou acreditando em uma possibilidade de absolvição, eu acho que nós vivemos o fundo do poço nesse processo de judicialização da política. A necessidade agora é um equilíbrio dos três poderes. Acredito que o processo de Lula é o ápice desse conflito, por isso acredito na absolvição e na candidatura. Caso não venha uma posição positiva, o PT irá definir o que fazer", disse o petista.

O presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, fez coro a João Paulo e pediu por justiça. "A nossa expectativa é que o TRF-4 faça justiça. Nós estamos na véspera de um julgamento e não há uma prova conhecida para que ele seja julgado. Lula é inocente. Não há nenhum crime para o qual ele precisa ser condenado. A gente espera que o tribunal faça justiça e absorva um inocente. O mesmo tempo, encerre um ciclo pernicioso no Brasil, o processo judicial não pode ser manuseado para incriminar alguém, para consolidar uma agenda, um modelo de Brasil que não interessa ao povo brasileiro", pontuou.

Bruno Ribeiro disse também que, no dia 25, está marcada uma reunião da Comissão Executiva Nacional do Partido, com os presidentes estaduais do PT, deputados federais e estaduais, em São Paulo. "Qualquer que seja o resultado do dia 24, a executiva vai pronunciar Lula como candidato oficial do partido".

Quando perguntado qual seria a reação do partido caso o juiz Sérgio Moro decida pela prisão de Lula, o presidente Bruno Ribeiro disse não acreditar nessa possibilidade. "Sérgio Moro tem cometido muitas arbitrariedades, mas acredito que ele não vai cometer essa de querer prender arbitrariamente, sem motivo, a maior liderança popular da história do brasil. Moro tem cometido várias loucuras, mas esta ele não vai", enfatizou.

Possíveis candidaturas

João Paulo afirmou que o PT definiu pela candidatura própria há alguns meses para o governo estadual. Mas em todo o País, vai passar pelo crivo da decisão nacional. "Por enquanto, se mantém candidatura próprio. Tem Marília [Arraes, vereadora], Zé de Oliveira e Odacir Amorim [deputado estadual]. Não está definido'.

Julgamento de Lula

A 8ª Turma do Tribunal Regional Eleitoral da 4ª Região (TRF4) decidirá nesta quarta-feira (24) se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é culpado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, uma decisão que pode liquidar suas ambições de voltar ao poder e, inclusive, levá-lo à prisão.

Uma confirmação da sentença de nove anos e meio de prisão, proferida em julho passado pelo juiz Sérgio Moro, complicaria ainda mais o panorama das já incertas eleições de outubro, nas quais Lula aparece como favorito.

O Partido dos Trabalhadores (PT), sindicatos e movimentos sociais organizam caravanas de dezenas de milhares de militantes para irem a Porto Alegre, onde será realizado o julgamento, e convocam para atos em São Paulo, onde o ex-presidente (2003-2010) deveria aguardar o veredicto.

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