Com a reforma da Previdência como prioridade nas próximas semanas, o presidente Michel Temer embarcou na manhã desta quinta-feira (25), em Zurique de volta ao Brasil. Temer participou nesta semana do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Mas foi o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que dominou as atenções.
Temer deixou a cidade de Zurique pouco antes das 10 horas (7 horas do horário de Brasília). Mas evitou fazer qualquer comentário para a imprensa sobre o resultado referente ao ex-presidente.
Na noite anterior, ao viajar de Davos para Zurique, onde pernoitou, Temer entrou por uma porta lateral do hotel onde se hospedava para também evitar os jornalistas.
Ainda na quarta-feira, o único comentário feito pelo presidente cumpriu à risca a estratégia do Planalto de tomar uma distância estratégica do julgamento. Para Temer, isso era "uma questão do Judiciário".
Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência deixou claro que o governo não irá embarcar em um debate político sobre a sentença contra Lula. "Foi uma decisão judicial", insistiu o ministro, nesta quinta-feira.
Mas ensaiou uma crítica à tentativa de aliados de Lula de fazer oposição à decisão judicial por meio da política. "Pode bater lata. Mas questionar politicamente não dá", afirmou.
Para o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, "a vida segue, continua, sem grandes problemas na política". "O Brasil merece tranquilidade para trabalhar", afirmou.
Segundo Moreira Franco, a agenda do governo estará concentrada agora em tentar aprovar a reforma da previdência no dia 20 de fevereiro. "Vamos trabalhar, conversar e tentar mostrar os números", disse, numa referência ao déficit de mais de R$ 260 bilhões.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o governo vai ganhar um forte aliado nos próximos dias para tentar fazer o assunto avançar: a OCDE. A entidade, que considera a adesão do Brasil, realizou um levantamento sobre as condições da economia brasileira e dirá que apenas com uma reforma é que o País estará nos padrões adotados pelos governos de economias maduras.
O texto preliminar já está com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.