O Ministério Público do Rio espera o senador eleito pelo Rio, Flávio Bolsonaro (PSL), nesta quinta-feira (10) para depor sobre movimentações financeiras atípicas detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em uma conta de seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Porém, nem a sua assessoria nem a do órgão confirmam se Flávio realmente vai comparecer. Por prerrogativa parlamentar, Flávio pode escolher dia, hora e local para depor. Ele não é obrigado a ir.
Questionada nesta quarta-feira (9) se o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai ao MP, a assessoria do parlamentar respondeu apenas que "o senador não vai dar esse tipo de informação à imprensa".
No dia 11 dezembro, Flávio havia emitido uma nota afirmando que "seguia à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades, se instado for, no citado assunto".
Na terça-feira, 8, as filhas e a mulher de Queiroz faltaram ao depoimento que iriam prestar ao Ministério Público. O ex-funcionário, apontado num relatório do Coaf com movimentações atípicas em sua conta, também faltou duas vezes a depoimentos alegando questões de saúde.
Queiroz disse ao jornal O Estado de S. Paulo que esclarecerá "em breve" o assunto, mas não disse quando daria as explicações. Reclamou de, em suas palavras, ter sido tratado como "o pior bandido do mundo".
Segundo o Coaf, o então assessor de Flávio movimentou em uma conta bancária R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2017. Da mesma conta saíram R$ 24 mil depositados em nome da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Também foram citados depósitos na conta do ex-assessor, feitos por suas filhas Nathalia e Evelyn Melo de Queiroz, e pela mulher de Queiroz, Marcia Oliveira de Aguiar, que foram lotadas então no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) na conta de Queiroz. Outros funcionários do gabinete também foram identificados em depósitos da conta do policial, sempre próximos a data de pagamento na Alerj.
Nathalia, que é personal trainer, já foi lotada no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, onde estava até o mês de novembro.