Flávio Bolsonaro diz que não pediu foro privilegiado

Ele negou que tenha tentado usar do foro privilegiado para interromper as investigações que apuram movimentações financeiras atípicas de Queiroz
Estadão Conteúdo
Publicado em 01/02/2019 às 21:22
Ele negou que tenha tentado usar do foro privilegiado para interromper as investigações que apuram movimentações financeiras atípicas de Queiroz Foto: Foto: Tânia Rego / Agência Brasil


O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) negou sexta-feira (1º) que tenha tentado usar do foro privilegiado para interromper as investigações que apuram movimentações financeiras atípicas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Ao tomar posse de seu mandato em cerimônia no Senado, o parlamentar foi questionado sobre a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que confirmou a informação antecipada pelo Estado e rejeitou nesta sexta, a reclamação do filho de Bolsonaro, devolvendo para a primeira instância a apuração.

"A verdade é o seguinte: nunca fui pedir foro privilegiado no Supremo. A decisão do ministro Marco Aurélio hoje, na verdade, foi o que nós pedimos: uma reclamação. Eu cumpri a legislação, cumpri a decisão do Supremo, que é a autoridade responsável por analisar acaso a caso, qual é o foro competente. Isso foi a única coisa que fui pedir nessa reclamação. Não fui pedir foro privilegiado. [Marco Aurélio] Decidiu que é com a Justiça do RJ e a gente presta os esclarecimentos, sem problema nenhum. Falou que é com Rio de Janeiro, vamos para o Rio de Janeiro", afirmou.

Decisão de Marco Aurélio Mello

Na decisão, o ministro não avançou na análise de um outro pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, que queria a anulação das provas. Ao descartar a reclamação de Flávio Bolsonaro em decisão fundamentada na questão do foro privilegiado, o ministro não entrou no mérito da validade dos documentos coletados na investigação.

Marco Aurélio ressaltou que na época dos fatos apurados pelo Coaf, Flávio Bolsonaro desempenhava o cargo de deputado estadual, tendo sido diplomado como senador apenas em 18 de dezembro. No ano passado, o Supremo reduziu o alcance do foro privilegiado para os crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.

Flávio comentou também uma "indefinição" sobre o processo ir para a primeira ou segunda instância, mas reafirmou que onde tiver que ir prestar esclarecimentos, ele irá. "Tinha uma discussão de ia pra segunda instância ou não. Agora já estão falando que é primeira instância. Então não há uma definição sobre isso ainda. Onde tiver que ir eu irei. Respeito a decisão do ministro Marco Aurélio. Foi o que ele fez, dizer qual é o foro e esse foi meu questionamento", afirmou.

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