No pronunciamento que fez neste sábado (23) no Chile, ao lado do presidente Sebástian Piñera, no Palácio La Moneda, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, voltou a jogar a responsabilidade pela aprovação da reforma da Previdência para os congressistas. "A responsabilidade (para a aprovação da reforma) no momento está com o parlamento brasileiro e eu confio na maioria dos parlamentares, porque essa não é uma questão de governo, mas dos parlamentares."
Antes de jogar a responsabilidade pela aprovação da medida a deputados e senadores brasileiros, Bolsonaro destacou que seu governo está preocupado com a reforma da Previdência. "Temos de fazer a lição de casa e queremos aprová-la porque é o único caminho para alavancar Brasil e outros países da América do Sul".
A declaração de Bolsonaro, ao jogar a responsabilidade pela aprovação das mudanças nas aposentadorias para o parlamento, é mais um elemento de tensão na crise que se instalou essa semana entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, com relação à proposta de reforma previdenciária. Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse em Brasília, que Bolsonaro é quem precisa sair em defesa da proposta e parar de falar que é contrário à medida. Maia acredita também que o governo não pode terceirizar suas responsabilidades e o capitão da reserva deve assumir a liderança neste processo, sob risco de não conseguir aprovar as mudanças nas regras da aposentadoria.
Em seu rápido pronunciamento no Chile, Bolsonaro falou também que escolheu seus ministros com competência e patriotismo e que o Brasil e a América do Sul começam a viver "um descolamento da questão ideológica". Na sua avaliação, as questões ideológicas sempre falaram "muito alto junto à mídia, universidades e escolas". E continuou: "É um desafio, obviamente governaremos para todos, mas estamos vencendo essa batalha."
Bolsonaro destacou ainda o Prosul que, na sua avaliação, visa a juntar países para, de forma ágil, buscar soluções para os problemas. O capitão da reserva destacou ainda a área ambiental, dizendo que o Brasil não deve nada ao mundo na questão da preservação do meio ambiente. "Temos obrigação com meio ambiente, a Amazônia não pode continuar em risco de ser internacionalizada."
Bolsonaro e Piñera assinaram uma declaração conjunta se comprometendo em enviar ao Congresso o acordo de livre comércio assinado entre os dois países em novembro do ano passado para ratificação. A declaração fala em "conferir máxima prioridade à tramitação do acordo" para que haja aprovação parlamentar ainda em 2019 no Brasil e no Chile.