Paralela ao imbróglio que cerca o debate sobre a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, outro projeto de suma importância para o reequilíbrio fiscal da União e Estados está tramitando na Casa sem maiores embates e com mais celeridade: a reforma tributária. Nesta quarta-feira (29), uma comissão formada por dez secretários da Fazenda – representando todas as regiões do País –, estiveram reunidos no Ministério da Economia para debater e analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Nº 45, do líder do MDB, deputado Baleia Rossi (SP).
“Agora, a comissão terá oito dias para fazer um relatório técnico sobre essa proposta. Após estes ajustes, enviaremos o documento para o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e, sendo aprovado, cada secretário irá encaminhar o parecer aos seus respectivos governadores. Caberá a eles deliberar, decretar apoio ou não”, explicou o secretário estadual da Fazenda, Décio Padilha, presente na reunião.
Pernambuco, inclusive, foi escolhido pela comissão formada também pelos secretários de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Amapá, Minas Gerais, Amazonas, Rio Grande do Sul, Paraná e Ceará, para ser responsável por coordenar essa análise. “A reforma tributária é a proposta mais transformadora que temos e vai mudar completamente o pacto federativo”, disse.
A reforma tributária apresentado por Baleia Rossi foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara há uma semana, com o apoio de mais de 170 deputados, inclusive alguns do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Essa reforma prevê a substituição, em dez anos, de cinco tributos que incidem sobre o consumo (ICMS, PIS/Cofins, ISS e IPI) por um imposto único: o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
Pelo texto original, nos primeiros dois anos, o novo tributo seria cobrado com alíquota de 1%, destinado a financiar a seguridade social. Em compensação, haveria uma redução das taxas da Cofins.
Nos outros oito anos, as alíquotas do IPI, ICMS, ISS, Cofins e PIS seriam progressivamente reduzidas, enquanto que a do IBS subiria com o objetivo de manter a carga tributária.