Após quase duas décadas na presidência nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PSL) pode deixar o comando do partido. A articulação, que ocorre entre aliados do presidente Jair Bolsonaro (PSL), visa desvincular a imagem do chefe do executivo nacional de escândalos de corrupção. O dirigente da legenda está sendo acusado de ter apresentado à Câmara Federal e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) notas ficais de duas empresas que negociam a venda deste tipo de documento.
De acordo com informações divulgadas neste sábado (8) pelo jornal Folha de São Paulo, a ideia dos aliados de Bolsonaro é ampliar o controle da família do presidente sobre o PSL. Em encontro acontecido nesta manhã, no Palácio da Alvorada, foram tratadas opções jurídicas para justificar o afastamento de Bivar. Estiveram presentes o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e os advogados Karina Kufa, que comanda a área jurídica do PSL, e Antonio Rueda, vice-presidente da sigla.
Este não é o primeiro escândalo de corrupção neste ano. Em fevereiro deste ano, um esquema de candidaturas laranjas em Pernambuco balançou as estruturas da legenda e culminou com a primeira queda do alto escalão, com a exoneração do ministro da Secretaria Geral, Gustavo Bebiano.
A bancada do PSL, que antes da eleição do presidente Bolsonaro era inexpressiva, começou o ano com 54 deputados e quatro senadores. Com base política ainda em formação no Congresso Nacional, a retirada do pernambucano Luciano Bivar do posto pode afetar a relação já estremecida do Planalto com a base governista na Câmara.
O líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO) também comentou as acusações contra o presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE). "Ainda não houve uma reunião do partido após aflorar essas novas denúncias ou suspeitas, mas isso vai ser tratado no partido ao longo da semana. A gente não tem uma posição ainda neste momento, mas confiamos que pelo fato de as instituições estarem funcionando normalmente ele vai ter possibilidade de defesa e provar aí sua inocência e o partido vai deliberar nos órgãos competentes para tomar a melhor decisão", disse.
A reportagem procurou a assessoria para comentar o caso, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.