O presidente dos Correios, general da reserva Juarez Cunha, anunciou em seu perfil no Twitter a sua saída da presidência da estatal. Virtualmente demitido na última sexta-feira (14), Cunha foi trabalhar normalmente na segunda-feira (17) como informou o jornal O Estado de S. Paulo. "Só vou sair daqui a hora que chegar oficialmente, aí eu saio, senão, não saio não", disse ele nesta terça-feira, 18, em evento fechado da empresa ao qual o jornal teve acesso.
Na rede social, Cunha escreveu que seu período à frente da estatal foi composto de "7 meses de alegria", com a obtenção de "excelentes resultados" e a "recuperação da empresa". "Saldo muito positivo e a certeza de que vocês continuarão no cumprimento da missão", disse o general.
Em carta aos funcionários da instituição, Cunha escreveu que "obteve eco positivo no âmbito da maioria do dos empregados" e que "se não fosse para exercitar minhas firmes convicções, não poderia ser presidente dos Correios". Cunha se despediu com o bordão do presidente Jair Bolsonaro levemente modificado: "Brasil acima de tudo! Correios no coração de todos!"
Em encontro com jornalistas na manhã da última sexta-feira (14), o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou não ter gostado da postura de 'sindicalista' do então presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, e ameaçou demiti-lo do cargo. Os Correios foram uma das categorias que aderiram à paralisação nesta sexta-feira (14) pelo Brasil.
Segundo informações do repórter Romoaldo de Souza do Jornal do Commercio, que participou do encontro, o presidente justificou que Cunha teria ido ao Congresso Nacional e agiu como sindicalista. O presidente da República também criticou o fato de Juarez Aparecido ter tirado fotos com parlamentares de oposição e sindicalistas durante a audiência.