STF deve adiar julgamento de suspeição de Moro no caso de Lula, diz jornal

Julgamento segue na pauta do STF, mas pode ser retirado
Do Blog de Jamildo
Publicado em 24/06/2019 às 11:59
Julgamento segue na pauta do STF, mas pode ser retirado Foto: Foto: Agência Brasil


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes deve indicar o adiamento do julgamento do pedido da defesa do ex-presidente Lula (PT) para que a Corte declare a suspeição de Sérgio Moro, ex-juiz e hoje ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro (PSL). A informação é da colunista da Folha de S. Paulo Mônica Bérgamo. O julgamento estava previsto para a terça-feira (25) e o habeas corpus continua na pauta.

Segundo a jornalista, a presidente da Segunda Turma do Supremo, Cármen Lúcia, colocou o habeas corpus de Lula atrás de 11 processos. O habeas corpus aparece por último na lista da pauta de julgamentos que está no site do Supremo. Apesar disso, cabe à presidente da Turma mudar essa ordem na sessão.

Mônica Bérgamo afirma que Gilmar Mendes avaliou que, com o caso de Lula por último, não terá tempo para discutir a questão. Só o voto dele tem 40 páginas, segundo a jornalista.

Além de Gilmar Mendes, ainda deverão votar Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, nessa ordem. O primeiro é Mendes porque ele havia pedido vista, devolvendo o processo no último dia 11, dois dias após a primeira divulgação, pelo site The Intercept, de conversas vazadas entre Moro e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, em que o então magistrado aparece fazendo sugestões sobre a ação. O ex-juiz afirmou que não tem como atestar a autenticidade do conteúdo, negou irregularidades, defendeu que são conversas normais e acusou a publicação de sensacionalismo.

O julgamento do habeas corpus começou no dia 4 de dezembro do ano passado. O relator, Edson Fachin, e Cármen Lúcia votaram por negar o habeas corpus.

A defesa pediu que fosse considerada a parcialidade de Moro como juiz no caso do triplex, que levou à condenação e à prisão de Lula. O ex-magistrado aplicou a sentença de 9 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, alegando que o ex-presidente recebeu vantagens indevidas da construtora OAS através de um imóvel no Guarujá, no litoral de São Paulo.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) aumentou a pena para 12 anos e um mês de reclusão. Por unanimidade, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena para 8 anos e 10 meses. A defesa de Lula pediu que ele vá para o regime aberto.

Em manifestação ao STF, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, questionou a autenticidade das mensagens vazadas e se posicionou contra o pedido de Lula. 

"O material publicado pelo site The Intercept Brasil, a que se refere a petição feita pela defesa do paciente, ainda não foi apresentado às autoridades públicas para que sua integridade seja aferida. Diante disso, a sua autenticidade não foi analisada e muito menos confirmada. Tampouco foi devidamente aferido se as referidas mensagens foram corrompidas, adulteradas ou se procedem em sua inteireza, dos citados interlocutores", alegou Dodge.

TAGS
STF Moro LULA Gilmar Mendes
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory