Carlos Bolsonaro critica Heleno e abre crise com ala militar

Vereador usou redes sociais para criticar chefe do GSI
Com informações da Folha de S.Paulo
Publicado em 01/07/2019 às 20:14
Vereador usou redes sociais para criticar chefe do GSI Foto: Foto: Agência Brasil


O vereador Carlos Bolsonaro abriu mais uma polêmica envolvendo o governo do pai, o presidente Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (1). Nas redes sociais, Carlos fez um ataque indireto ao general Augusto Heleno, chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) sobre o caso da prisão do sargento Manoel Silva Rodrigues com 39 kg de cocaína em voo da comitiva presidencial, em Sevilla, na Espanha.

O ataque começou através de comentário em uma página bolsonarista, a @snapnaro. Ela havia postado um vídeo de uma pessoa que se identifica como jornalista acusando o GSI e a FAB como cúmplices do sargento. Carlos então comentou: "Por que acha que não ando com seguranças? Principalmente aqueles oferecidos pelo GSI? Sua grande maioria podem (sic) ser até homens bem intencionados e acredito que seja, mas estão subordinados a algo que não acredito. Tenho gritado em vão há meses internamente e infelizmente sou ignorado".

Quando o caso explodiu, o general chegou a responder, dizendo que a responsabilidade pelas revistas de aeronaves era da FAB.

Ao verem a postagem do vereador, militares de alta patente da ativa se manifestaram em grupos de WhatsApp, criticando duramente Carlos. Alguns defendiam um maior afastamento do governo Bolsonaro, o que já vem ocorrendo devido ao que consideram tratamento injusto das Forças pelo presidente. Entre os generais da reserva no governo, houve silêncio.

Lembrando que recentemente o governo Bolsonaro demitiu o general Santos Cruz da Secretaria de Governo. O ex-ministro foi alvo de campanha da ala olavista do Palácio. O próprio Olavo de Carvalho, guro do presidente e de Carlos, fez duras críticas ao militar.

ÚNICO NOS PROTESTOS

No domingo (30), contudo, Heleno foi o único ministro do governo a subir em palanque no ato de desagravo ao ministro Sergio Moro (Justiça) e em favor da agenda de Bolsonaro. E o fez ao lado de Eduardo Bolsonaro, o que levantou a dúvida entre alguns militares sobre a natureza do ataque de Carlos.

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